O segundo turno das eleições brasileiras registrou comparecimento recorde de eleitores às urnas, segundo dados oficiais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Mais de 123,6 milhões de pessoas votaram para presidente e governadores nos 12 estados onde houve a etapa complementar das disputas estaduais. A taxa de abstenção, de forma inédita, recuou em relação ao primeiro turno. O Ceará teve o terceiro menor índice de ausências do País.
No geral, cerca de 32,7 milhões de brasileiros não foram às urnas no segundo turno, o equivalente a 20,59% do universo total de eleitores aptos a votar. No primeiro turno, o percentual de faltosos foi um pouco maior, chegando a 20,79%. Essa é a primeira vez, desde a redemocratização, que a participação de eleitores no segundo turno supera a do primeiro.
A unidade federativa com menos ausências, de acordo com a contagem do TSE, foi o Distrito Federal, com 16,72%. Em seguida aparece a Paraíba, com 16,74% e o Ceará, com 17,14%. O número de cearenses que foi às urnas no segundo turno (5.649.398) também é maior do que os votantes contabilizados no dia 2 de outubro (5.628.610), repetindo tendência registrada no País.
Em números absolutos, 1.168.794 cearenses não participaram do processo eleitoral no último domingo, 30. No segundo turno de 2018, a abstenção do eleitorado apto a votar no Ceará chegou a 18,69%, ou 1.185.665 faltosos. No mesmo ano, o percentual de ausências no primeiro turno foi de 17,33%, menor do que o registrado no primeiro turno deste ano (17,46%).
Os três estados com maiores índices de ausências no segundo turno ficam na região Norte: Acre (28,41%), Amapá (27,17%) e Rondônia (24,68%). Desses, apenas no último houve votação para o Governo do Estado. Nos outros dois, a escolha foi somente para presidente da República.
A região Nordeste, na contramão, concentra seis dos dez estados com menores taxas de abstenção: Sergipe (18,89%), Piauí (18,74%), Rio Grande do Norte (17,44%), Pernambuco (17,31%), Ceará (17,14%) e Paraíba (16,74%). Sergipanos, paraibanos e pernambucanos também escolheram governadores, além do presidente.
De acordo com o TSE, o percentual de ausências em segundo turno deste ano no Brasil é o menor desde 2006, quando o índice foi de 18,99%. Naquele pleito a disputa presidencial tinha como candidatos Luiz Inácio Lula da Silva, que concorria à reeleição, e Geraldo Alckmin (à época do PSDB), ambos eleitos presidente e vice-presidente, respectivamente, na votação deste ano.
Historicamente, o número de eleitores que comparecem às urnas no segundo turno é menor do que no primeiro. Neste ano, porém, a Justiça Eleitoral adotou medidas para conter a ausência no dia do pleito. A principal delas foi a determinação para que as empresas do transporte coletivo garantissem transporte gratuito no horário da votação, após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
O Ceará foi um dos primeiros estados do País a regulamentar o passe-livre. O pagamento das passagens foi liberado tanto no transporte metropolitano quanto no intermunicipal. A lei foi sancionada pela governadora Izolda Cela (sem partido) no dia 20, a exatos 10 dias do pleito.
Ranking de abstenção nos estados
10 MAIORES ABSTENÇÕES
Acre — 28.41%
Amapá — 27,17%
Rondônia — 24,68%
Maranhão — 23,51%
Alagoas — 23,25%
Pará — 22,65%
Mato Grosso — 22,53%
Mato Grosso Sul — 22,35%
Rio de Janeiro — 22,24%
Roraima — 21,92%
10 MENORES ABSTENÇÕES
Distrito Federal — 16,72%
Paraíba — 16,74%
Ceará — 17,14%
Pernambuco — 17,31%
Santa Catarina — 17,42%
Rio Grande do Norte — 17,44%
Paraná - 18,63%
Piauí — 18,74%
Sergipe — 18,89%
Rio Grande do Sul — 19,31%