Vereador pelo PSB, Leo Couto afirmou ao O POVO que está trabalhando na sua candidatura para concorrer à presidência da Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor). A eleição da casa está marcada para 1º de dezembro.
Atual presidente, Antônio Henrique (PDT) foi eleito deputado estadual e vai deixar o posto. “Estamos construindo uma candidatura e na semana que vem teremos definição, estamos andando”, disse Couto em conversa com a reportagem.
Segundo o parlamentar, a formação da chapa para postular o comando do Legislativo Municipal está sendo discutida com o senador eleito Camilo Santana (PT) e o governador eleito Elmano de Freitas (PT). “A gente está concretizando uma chapa que teria PT, Psol e PSB de partida. É um ponto de largada, haja visto o último pleito”, explicou Couto.
Na disputa eleitoral de 2022, o vereador, mesmo no PSB, declarou apoio a Camilo e Elmano – a legenda socialista decidiu apoiar Roberto Cláudio (PDT) para o Governo do Estado. Couto chegou a sofrer represália da sigla, sendo destituído da direção do PSB em Fortaleza por Dênis Bezerra, presidente do partido no Ceará e deputado federal.
“Eu me portei ao lado do governador (Camilo) por toda a ligação que tenho. São meus líderes, Cid, Elmano e Camilo. São eles que eu escuto”, afirmou o vereador.
Caso leve adiante a candidatura, Couto deve enfrentar Gardel Rolim (PDT) na briga pela sucessão de Antonio Henrique, de quem o pedetista tem apoio. Na Câmara, Rolim tenta costurar a adesão de toda a bancada do PDT para se cacifar e chegar à Presidência, ocupando ainda outros espaços na mesa – o partido tem maioria na Casa.
Esse é o primeiro choque entre o grupo de Camilo, que saiu vencedor das urnas, e o de Roberto Cláudio, derrotado por Elmano com apoio do senador eleito.
A queda de braço também antecipa o cenário da corrida eleitoral pela Prefeitura, daqui a dois anos. Hoje prefeito da capital cearense, José Sarto (PDT), aliado de Rolim, deve concorrer à reeleição, salvo mudanças no roteiro que já se desenhava.
Outra possibilidade é o próprio RC voltar para tentar um terceiro mandato à frente da Executivo fortalezense, de maneira a garantir permanência dessa ala pedetista no controle da Prefeitura.
Para os planos tanto de RC quanto os das forças governistas, a eleição para a Presidência da Câmara é etapa fundamental. Ter um aliado na cadeira de presidente do Legislativo é uma carta de força para quem vai brigar pelo Paço.
Esse confronto deve aprofundar mais ainda as divergências entre os times de Camilo e RC, com consequências para o próprio PDT, hoje dividido entre um segmento mais camilista e outro que ainda se mantém ao lado do ex-prefeito.
Na Assembleia Legislativa (AL-CE), por exemplo, um bloco numeroso de pedetistas defende composição com Elmano a partir de 2023, integrando a base do governador.
Dirigentes do PDT, no entanto, resistem a essa ideia, pregando a tese de que o partido deve estar na oposição a Elmano na AL-CE. É o caso, por exemplo, do deputado federal André Figueiredo, que preside a agremiação no estado e é nome próximo de Ciro Gomes e de RC.