O vereador Leo Couto (PSB) atendeu a um apelo do senador Cid Gomes (PDT) e retirou sua candidatura à presidência da Câmara de Fortaleza nessa quarta-feira, 16. O anúncio da decisão foi feito por nota divulgada nas redes sociais.
Com a saída do parlamentar da disputa, Gardel Rolim (PDT) agora se apresenta como único candidato à sucessão de Antônio Henrique (PDT) no comando da casa legislativa.
A eleição para a mesa-diretora está prevista para o dia 1º de dezembro. Atual chefe da Câmara, Antônio Henrique se elegeu deputado estadual. Ele assume o mandato em fevereiro do ano que vem.
Candidato do prefeito José Sarto (PDT), Rolim já tentava costurar uma aliança ampla na Casa, de modo a evitar concorrência e facilitar o pleito. Couto, no entanto, vinha indicando que postularia a presidência, articulando vereadores de oposição a Sarto para se viabilizar.
À reportagem, o pessebista chegou a admitir que sua candidatura estava sendo construída em diálogo com lideranças de quem é próximo, a exemplo de Camilo Santana (PT), Elmano de Freitas (PT) e o próprio Cid.
Na nota que assina, o vereador comunica a desistência da postulação "após conversa com Cid Gomes" e informa que "houve um pedido do mesmo no sentido de abrir mão da candidatura, em nome da pacificação, após eleição estadual que gerou conflitos e divisões no projeto que tem ajudado a melhorar o Ceará".
"Compreendi e concordei com as ponderações", continua Couto, "acreditando ser este o momento de união, de unidade e de trabalho em prol da Câmara e do povo de Fortaleza".
Ainda no texto, o vereador explica que, nas últimas semanas, manteve diálogo "com colegas vereadores, lideranças políticas e comunitárias" para consolidar uma "alternativa para a eleição da Casa Legislativa".
Em seguida, Couto deseja "sorte ao colega Gardel Rolim" e que "seja um bom presidente e também acate algumas de nossas propostas para a casa", dando como praticamente certa a condução do pedetista para o posto.
Agora fora da corrida, a candidatura de Couto surgiu num ambiente de racha na base governista que se originou ainda no processo de escolha do candidato do PDT ao Governo do Estado, em julho deste ano.
Nesse intervalo, os grupos mais ligados a Camilo, de um lado, e a Roberto Cláudio e Sarto, de outro, entraram em confronto. Desse choque, RC saiu derrotado na briga pelo Executivo estadual.
O antagonismo acabou por contaminar também a sucessão de Antônio Henrique. Maior bancada da Câmara, o PDT teria o direito de indicar o presidente, mas Couto entrou no tabuleiro, num movimento que aprofundou as tensões entre os partidos que antes compunham o bloco de sustentação do governo.
Leia mais em CARLOS MAZZA, página 10; ÉRICO FIRMO, página 11