Logo O POVO+
Izolda sobre resistência do PT a ela no MEC: "Talvez eles que tenham de explicar melhor"
Politica

Izolda sobre resistência do PT a ela no MEC: "Talvez eles que tenham de explicar melhor"

O PT pressiona para que o MEC seja liderado por um filiado ao partido
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
 Governadora Izolda Cela tem nome cotado para assumir o MEC, mas perdeu força nos bastidores (Foto: THAÍS MESQUITA)
Foto: THAÍS MESQUITA  Governadora Izolda Cela tem nome cotado para assumir o MEC, mas perdeu força nos bastidores

A governadora Izolda Cela (sem partido) avalia que o PT precisa “explicar melhor” a resistência a ela para assumir o Ministério da Educação (MEC) no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ela é cotada para a pasta, mas a legenda está pressionando para que um petista assuma a titularidade. A maior probabilidade é que seja escolhido o senador eleito e ex-governador Camilo Santana (PT).

Izolda foi perguntada sobre a resistência do partido a ela e respondeu: “Talvez eles que tenham que se explicar melhor isso aí". A governadora era filiada ao PDT, mas deixou a legenda quando foi preterida na corrida ao governo do Ceará. Com apoio do ex-ministro Ciro Gomes (PDT), o ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, foi a escolha do partido para a disputa.

Ela, Camilo e o líder do PT na Câmara, Reginaldo Lopes (MG), são citados como possíveis nomes para assumir o MEC. Em evento nesta quinta-feira, 15, a governadora ressaltou que não quer antecipar questões relacionadas a cargos e disse não ter uma "preferência pessoal” pelo MEC.

A fala ocorreu em evento de entrega do Sistema de Integração e Gestão de Informações de Mulheres em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Sigim), que integra a base de dados relacionados ao atendimento de mulheres em situação de violência.

"Não, desejo pessoal mesmo não. Eu não coloco essa questão nesses termos. Eu vejo que nós temos composições que envolvem lugares e composições de equipes que terão responsabilidades. Eu penso que elas exigem elementos de outra ordem também, de oposição e tudo”, ressaltou. A governadora disse torcer “para que tudo dê certo”, uma vez que a educação foi uma das "áreas muito sofridas ao longo desses anos".

Um convite para assumir o MEC foi feito formalmente ao ex-governador por Lula. Camilo foi inicialmente contra por preferir uma pasta como a de Cidades ou de Desenvolvimento Regional. Os ministérios já são alvo de disputa de partidos como MDB, PSD, PSB, União Brasil, bem como pelo deputado eleito Guilherme Boulos (Psol-SP). Isso teria "esfriado" o nome de Izolda frente ao de Camilo.

Segundo a governadora, seu foco no momento é concluir o mandato e entregar o cargo para Elmano de Freitas (PT). Ela ressaltou, no entanto, que torce para que as definições “sejam as melhores possíveis”, ao mencionar o fortalecimento do nome de Camilo Santana em cenário nacional.

“Estou torcendo para que as definições sejam as melhores possíveis, sabendo que o nosso querido governador Camilo Santana, senador eleito, tem um papel muito importante na composição nacional. Eu fico por aqui, deixa vir o fluxo das coisas", disse.

A especulação sobre Izolda foi reforçada no dia da diplomação de Lula na segunda-feira, 12. Izolda e o marido, Veveu Arruda, chegaram logo atrás do presidente eleito à solenidade.

A governadora, porém, afirmou que a presença foi como representação do Ceará, sem relação com um possível cargo. “Eu fui como governadora para garantir essa representação institucional em um momento importante da nossa democracia. Então, foi muito nesse sentido, para mim, de estar ali naquele momento”, pontuou.

FORTALEZA, CEARA, BRASIL, 30.10.22: Camilo Santana / Izolda Cela. Vitoria do Lula como Presidente e festa na Avenida da Universidade. (Aurelio Alves/ O POVO)
FORTALEZA, CEARA, BRASIL, 30.10.22: Camilo Santana / Izolda Cela. Vitoria do Lula como Presidente e festa na Avenida da Universidade. (Aurelio Alves/ O POVO)

PT faz pressão por MEC, Izolda perde força e Camilo Santana deve ficar com vaga

O ex-governador do Ceará e senador eleito Camilo Santana (PT) deverá ser anunciado nos próximos dias para comandar o Ministério da Educação. Inicialmente o nome mais cotado para a pasta era o da atual governadora cearense Izolda Cela (sem partido), que era vice do petista até ele se desincompatibilizar, mas o PT pressionou para que o ministério fosse comandado por um nome da legenda.

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convidou o ex-governador para comandar o MEC na última segunda-feira, 12, em uma reunião em Brasília.

Inicialmente, Camilo Santana demonstrou preferência para ser ministro das Cidades ou do Desenvolvimento Regional, mas as pastas são alvos de intensa disputa de partidos como MDB, PSD, PSB, União Brasil, além do deputado eleito Guilherme Boulos (Psol-SP).

Ex-filiada ao PDT, Izolda saiu do partido após brigas com o grupo do ex-presidenciável pedetista Ciro Gomes. Inicialmente tinha o apoio da bancada petista do Ceará, mas diante da falta de perspectiva de assumir o Ministério das Cidades, o partido no Estado passou a deixar de apoiar o nome dela.

O líder do PT na Câmara, Reginaldo Lopes (MG), também pressionava para comandar a pasta e chegou a mobilizar aliados dentro da legenda para tentar fazer com que seu nome fosse lembrado para o cargo.

Apesar disso, um dirigente da Executiva Nacional do PT afirmou que ele não tinha chances reais de assumir o posto. Por ser ex-governador, Camilo Santana é considerado um nome com mais experiência para o cargo.

Camilo era aliado de Ciro Gomes, mas rompeu com o pedetista na eleição deste ano e ficou ao lado de Lula. Ele foi o principal articulador da candidatura vitoriosa do petista Elmano de Freitas a governador do Ceará, Estado onde o presidente eleito teve larga vantagem de votos.

Izolda conta com o apoio de organizações privadas ligadas à educação, como a Fundação Lehmann e o Todos Pela Educação, mas como não faz parte do PT e não tem experiência parlamentar, não tem aliados de peso dentro da cúpula da legenda.

O que você achou desse conteúdo?