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Simone Tebet aceita convite de Lula para ser a ministra do Planejamento
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Simone Tebet aceita convite de Lula para ser a ministra do Planejamento

Confirmação de Tebet no Planejamento encerra longas semanas de discussões e pode destravar a montagem final da composição da equipe de Lula
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Simone Tebet foi candidata à presidência pelo MDB (Foto: RENATO S. CERQUEIRA/AE)
Foto: RENATO S. CERQUEIRA/AE Simone Tebet foi candidata à presidência pelo MDB

A senadora Simone Tebet (MDB-MS) aceitou o convite do presidente diplomado Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para ser ministra do Planejamento. O anúncio foi feito ontem pelo deputado Alexandre Padilha (PT-SP), futuro titular da Secretaria das Relações Institucionais. Ele negou, porém, que Lula tenha discutido com Tebet "turbinar" o ministério para o comando da senadora.

"Temos uma sinalização positiva de que ela aceitou o ministério do Planejamento", disse Padilha. "O presidente Lula fez o convite à senadora Simone Tebet pelo papel que ela teve no segundo turno, pela qualidade que tem como senadora, como ex-prefeita e capacidade como gestora. Essa foi a motivação." Tebet e Lula se encontraram ontem no hotel em que o presidente eleito se hospeda em Brasília.

O futuro ministro da articulação política disse que não haverá mudança, por enquanto, na estrutura já debatida do governo com Lula e demais ministros. O Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), que a senadora teria sinalizado interesse em levar para o Planejamento, segue na Casa Civil. Ela participará do comitê gestor.

O PPI já havia sido vinculado antes à Casa Civil e atualmente faz parte da estrutura do Ministério da Economia. Na prática, o secretário especial do PPI, que se reporta ao ministro ao qual o programa é vinculado, coordena o conselho.

Segundo interlocutores de Lula e do MDB, Tebet também havia manifestado interesse em ter vinculados ao Planejamento bancos públicos com capacidade de atuação direta, como a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, mas a ideia foi de pronto rechaçada no PT. Os bancos públicos são tradicionalmente vinculados à Fazenda, cujo futuro ministro será Fernando Haddad.

Padilha negou que tenham sido discutidas transferências de órgãos para a pasta. Institutos de pesquisas, como Ipea e IBGE, ficarão vinculados ao ministério de Tebet, conforme sugerido antes pelo gabinete de transição.

"Recebi uma sinalização de que (ela) tem a vontade de compor o Ministério do Planejamento e estaria aceitando o convite feito sexta-feira, quando o presidente mostrou o organograma, os papéis e responsabilidades do ministério", afirmou. "Ele não será nem menor, nem maior, independentemente de quem seja a pessoa que venha a ocupá-lo. É um ministério central do governo, muito importante."

A confirmação de Tebet no Planejamento encerra longas semanas de discussões e pode destravar a montagem final da composição da equipe de Lula, em negociações com o MDB, PSD e União Brasil. Lula vai dar sequência a reuniões com lideranças partidárias para concluir o anúncio dos 16 ministérios pendentes.

O Planejamento foi uma das opções aventadas a Tebet pelo gabinete de transição, depois que a senadora foi preterida do Desenvolvimento Social, pasta que mais desejava. A senadora foi cogitada no Meio Ambiente, Cidades e Turismo.

Ela não era, no entanto, a primeira opção para a pasta. Lula tentou emplacar no Planejamento economistas de viés mais liberal, ligados ao PSDB, como Persio Arida e André Lara Resende, mas ambos recusaram. Até outros políticos foram cogitados, como o senador eleito Renan Filho (MDB-AL) e o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG).

Simone Tebet buscava uma posição com visibilidade política, com capacidade de tocar programas e entregar diretamente à população, embora o Planejamento tenha perfil mais burocrático. Por isso a predileção pelo ministério que cuida do Bolsa Família

Desde a campanha eleitoral, Lula já dizia que Tebet permaneceria em Brasília para ajudá-lo no futuro governo, indicando que desejava a aliada no primeiro escalão. Mesmo com dissidências e resistências internas no MDB, a senadora - às vésperas de encerrar o mandato - disputou a Presidência.

Terceira colocada, atrás de Lula e Jair Bolsonaro, teve 4,9 milhões de votos e apoiou o petista no segundo turno, integrando-se à frente ampla da campanha.

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