O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, condenou "o atentado à democracia e à transferência pacífica do poder no Brasil" após grupos radicais atacarem as instalações dos Três Poderes em Brasília. Em publicação no Twitter, o líder norte-americano reforçou apoio às instituições democráticas e ao governo Lula.
"As instituições democráticas do Brasil têm todo o nosso apoio e a vontade do povo brasileiro não deve ser abalada. Estou ansioso para continuar trabalhando com @LulaOficial", publicou Biden.
Mais cedo, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, também rechaçou os acontecimentos em Brasília. Disse ainda que se junta ao presidente Lula para pedir o fim imediato das ações violentas contra as instituições democráticas brasileiras, que classificou como inaceitáveis.
Parlamentares norte-americanos criticaram ontem a estadia do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no país. O democrata Joaquin Castro, representante do Texas, pediu a extradição do ex-presidente, que está hospedado na Flórida.
"Ele é um homem perigoso. Deveriam mandá-lo de volta para seu país natal, o Brasil", afirmou o membro da Câmara dos Representantes. "Apoio o presidente Lula e o governo democraticamente eleito no País", diz ainda a postagem, que conta com o apoio de outros políticos democratas.
Na mesma linha, Alexandria Ocasio-Cortez, de Nova York, publicou que dois anos depois do ataque ao Capitólio, "vemos fascistas tentando fazer o mesmo no Brasil". Na publicação, defendeu também a solidariedade a Lula e o fim do "refúgio" dos EUA a Bolsonaro. A postagem da democrata, ativa nas redes sociais, pouco antes do fechamento deste texto, somava cerca de 75 mil curtidas e 16 mil compartilhamentos.
Além de Biden, líderes de vários países condenaram os ataques terroristas em Brasília, que alguns consideraram uma "tentativa de golpe de Estado" e "fascista". Eles expressaram "apoio inabalável" ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O presidente Alberto Fernández, da Argentina, expressou solidariedade ao governo Lula "diante desta tentativa de golpe Estado" e, como presidente da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), convidou a região a se unir contra "a reação antidemocrática".
"Reprovável e antidemocrática a tentativa golpista dos conservadores do Brasil, estimulados pela cúpula do poder oligárquico, seus porta-vozes e fanáticos", disse o presidente do México Andrés Manuel López Obrador no Twitter. "Lula não está sozinho, conta com o apoio das forças progressistas do seu país, do México, do continente americano e do mundo", acrescentou.
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, pediu reunião da Organização dos Estados Americanos (OEA). "O fascismo decide dar um golpe. As direitas não puderam manter o pacto da não violência. É hora urgente de reunião da OEA se quiser continuar viva como instituição e aplicar a carta democrática", disse.
O presidente do Chile, Gabriel Boric, também de esquerda, qualificou o ataque de "absurdo". O governo anunciou que também está impulsionando, juntamente com outros países, uma sessão extraordinária do Conselho Permanente da OEA "para respaldar a democracia e o Estado de Direito no Brasil".
O secretário-geral da OEA, Luis Almagro, condenou "o ataque às instituições em Brasília, o que constitui uma ação condenável e um atentado direto à democracia". "Estas ações são injustificáveis e de natureza fascista", afirmou em um tuíte.
Líderes europeus também se manifestaram. O presidente da francês, Emmanuel Macron, pediu "respeito às instituições" do Brasil e expressou o "apoio indefectível da França" a Lula.
Em nota, o presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, declarou que apoia "o governo democrático, eleito nas urnas" e condenou "a atuação dos grupos que se opõem aos resultados legítimos".
A chefe do governo da Itália, a líder de extrema-direita Giorgia Meloni, considerou que "as imagens da invasão das sedes das instituições são incompatíveis com qualquer forma de desacordo democrático" e pediu "a volta à normalidade".
"Apoio total ao presidente Lula da Silva, democraticamente eleito por milhões de brasileiros após eleições justas e livres", afirmou o presidente do Conselho Europeu, o belga Charles Michel, no Twitter.