A partir de fevereiro deste ano, os policiais penais da Secretária de Administração Penitenciária (SAP) devem começar a usar câmeras em seus uniformes. A política é estudada para ser expandida também para os agentes de segurança das polícias Civil e Militar. É o que foi sinalizado pelo governador Elmano de Freitas (PT) ao titular da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), Samuel Elânio.
A definir, estão apenas o prazo e como acontecerá implementação de testes. Segundo o secretário, Elmano quer, no entanto, esperar pelos resultados da adoção da medida na SAP.
"O governador sinalizou que queira fazer um teste, mas ainda não bateu o martelo de quando e como seria, ainda está em fase de teste. Acho que ele vai querer ver como será na SAP e, após colocar na SAP, ele vai estudar com a gente como ele quer começar uma espécie de protótipo, um teste na Segurança Pública", disse Elânio, em fala nesta quarta-feira, 11, após a primeira reunião dos secretários com o governador.
O projeto do uso de câmeras corporais foi elabora por Elmano, quando ainda era deputado. Aprovado em plenário pela Assembleia Legislativa, o projeto prevê a implantação das câmeras nos uniformes de policiais civis, militares e penais. Garantido pelo governador em novembro, a medida é justificada para gerar imagens que permitem coibir eventuais maus tratos contra presos, bem como resguardam os policiais penais de denúncias infundadas.
Desde 2020, as câmeras operacionais portáteis, conhecidas como câmeras corporais, começaram a ser utilizadas pela Polícia Militar paulista. As câmeras de lapela são fixadas nos uniformes dos agentes para que suas ações nas ruas de São Paulo sejam monitoradas.
O recém titulado secretário de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), Samuel Elânio, projetou nesta quarta-feira, 12, os rumos da segurança no Ceará nos próximos anos. Segundo ele, há um mapeamento na pasta sobre as regiões do Estado que mais têm “causado problemas” e quais facções criminosas são responsáveis pelos locais.
A partir disso, segundo ele, o objetivo é melhorar a "linguagem" de inteligência da SSPDS e dos órgãos vinculados à pasta, como a Polícia Militar e a Civil.
“Temos todos cantos do Ceará mapeados. Onde nos causa mais problemas, menos problemas. A partir da inteligência, nós identificamos quais são os grupos criminosos, onde atuam, quem são os líderes”, ressaltou Elânio após reunião dos secretários estaduais com o governador Elmano de Freitas (PT).
Na mira dos agentes, estão também os “cabeças” das organizações criminosas, até os que já se encontram dentro do sistema prisional. “Queremos começar trabalhar em cima dos líderes, mesmo aqueles que estão presos, porque, muitas vezes, as ordens partem deles”, apontou. Destacar a “inteligência” na segurança pública já era uma política defendida pelo secretário anterior, Sandro Caron.
A determinação era expandir o número de investigações e de mandados de prisões, com impacto também no efetivo de agentes da Polícia Civil, setor responsável por diligências. Antes de assumir a titularidade da SSPDS, Elânio fazia parte do organograma da pasta como secretário executivo do ex-titular. O novo gestor quer agora “marcar a presença do Estado” nas áreas mais problemáticas.
Segundo o secretário, Elmano seguirá os passos de seu antecessor Camilo Santana (PT) na expansão do efetivo. Nos planos, estão um novo concurso da Polícia Civil e o seguimento do certame da Polícia Militar, que ainda não teve as provas realizadas.
“O governador anunciou que vai chamar mais um efetivo da Polícia Civil, além disso, quer fazer um novo concurso. Já tem um concurso da Polícia Militar em andamento, tudo isso vai fortalecer cada vez mais o que a gente já vinha trabalhando, mas sempre pensando na inteligência”, ressaltou o titular.
Lidar com facções tem sido um desafio da segurança no Ceará nos últimos anos, diante de processos de rachas e “acordos de paz” entre as facções atuantes no território, além da migração de alas para municípios do Interior. A gestão viabiliza reforçar o Comando de Prevenção e Apoio às Comunidades (Copac) e o trabalho nas divisas.
“A gente quer melhorar a atuação das polícias nas divisas através do batalhão especial de polícia do interior, mas queremos fortalecer propriamente a inteligência, os trabalhos de investigação”, falou ainda.
O processo de mapeamento de facções foi elaborado também por voluntários cearenses. O projeto batizado como Portal Cearense 5.0 identificou a atuação das facções em 1.444 territórios do Estado, entre comunidades, bairros e municípios.