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"Isso tinha na casa de todo mundo", diz presidente do PL sobre minuta de Torres
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"Isso tinha na casa de todo mundo", diz presidente do PL sobre minuta de Torres

Tentando minimizar "minuta do golpe", Valdemar Costa Neto disse que Bolsonaro sofreu pressão por pessoas que o consideravam "meio louco"
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O presidente do PL, Valdemar Costa Neto voltou a minimizar minuta do golpe (Foto: EVARISTO SA / AFP)
Foto: EVARISTO SA / AFP O presidente do PL, Valdemar Costa Neto voltou a minimizar minuta do golpe

Presidente do PL, Valdemar Costa Neto afirmou que propostas golpistas eram comuns e que minutas tais como a encontrada na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres existiam na casa de outros políticos.

Em entrevista dada ao jornal O Globo publicada nesta sexta-feira, 27, o líder da sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que muitas pessoas tentavam convencê-lo a “tirar Lula do governo”, porém, Valdemar apontou que Bolsonaro não queria fazer nada fora dos limites da Constituição.

“Tinha gente que colocava [papel] no meu bolso, dizendo que era como tirar o Lula do governo. Advogados me mandavam como fazer utilizando o artigo 142, mas tudo fora da lei. Tive o cuidado de triturar. Vi que não tinha condições, e o Bolsonaro não quis fazer nada fora da lei”, disse.

Valdemar explicou que havia uma pressão em Bolsonaro, pois as pessoas consideram que o ex-presidente é “meio alterado, meio louco” e achavam que ele seria capaz de dar um golpe.

Além de apontar que recebeu várias propostas golpistas, Costa Neto ressaltou que a prática era comum no círculo político. Ao falar sobre a temática, o presidente do PL mencionou a minuta golpista encontrada na casa de Anderson Torres - preso e acusado de omissão frente aos atos terroristas do dia 8 de janeiro - e considerou que documentos do tipo poderiam ser encontrados “na casa de todo mundo”.

“Aquela proposta que tinha na casa do ministro da Justiça, isso tinha na casa de todo mundo. Muita gente chegou para mim agora e falou: 'Pô, você sabe que eu tinha um papel parecido com aquele lá em casa. Imagina se pegam'”.

No dia 12 de janeiro, a Polícia Federal encontrou na casa do ex-secretário de Segurança Pública do DF Anderson Torres uma minuta de decreto golpista destinada a Bolsonaro. O documento previa instaurar Estado de Defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e solicitava a revisão do resultado das eleições de 2022.

Essa não é a primeira vez que o presidente do PL trata a minuta como fato desimportante. Na semana passada, após culpar o governo Lula pelos atos de vandalismo em Brasília, Costa Neto já havia informado que documentos semelhantes chegaram a ele.

"Mas acontece que além daquele documento, vários outros circularam. As propostas vinham de todo lugar. Aquilo que acharam na casa do ex-ministro da Justiça pode ter sido uma dessas", disse à rádio CBN.

Ainda na entrevista publicada nesta sexta, o presidente do PL afirmou que Torres nunca conversou sobre a possibilidade de contestar as eleições. "Ele nunca falou nesses assuntos comigo. Um dia eu falei: 'Tudo que temos de fazer tem de ser dentro da lei'. Ele falou: 'Tem de ser dentro das quatro linhas da Constituição'", relatou Costa Neto.

A minuta de decreto presidencial apreendida na casa de Torres prevê intervenção no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para garantir o "pronto restabelecimento da lisura e correção do processo eleitoral presidencial" de 2022. O texto afirma que elas foram "descumpridas" em "grave ameaça à ordem pública e à paz social".

O nome do ex-presidente Bolsonaro aparece no final do texto, que não está assinado. A minuta foi encontrada como parte das investigações sobre o papel de Torres na invasão às sedes dos três Poderes. Ele cumpre prisão preventiva em Brasília e deve prestar depoimento na semana que vem. (com Agência Estado)

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