O governador Elmano de Freitas (PT) fez a transmissão de cargo do Comando-Geral da Polícia Militar do Estado do Ceará (PMCE) nesta segunda-feira, 30. Em fala à tropa, o chefe do Executivo mencionou a corporação como "instituição do Estado” e não pertencente a governos que “passam”.
“Ela (a PMCE) não é uma instituição nem de um governo que passa ou que passou, é uma instituição secular para servir o povo do Ceará e cumprir as missões constitucionais que a ela foram conferidas”, disse o governador após passar o cargo de comandante-geral ao coronel Klênio Savyo Nascimento, que substitui o coronel Márcio Oliveira.
Elmano foi enfático também em defender a integração de ações sociais dentro das operações. “Teremos a entrega de um trabalho integrado da Polícia Militar, da Polícia Civil, da Perícia Forense, nas áreas de inteligência e das áreas sociais. Nós já ouvimos tanto dos nossos policiais de agirem em bairros da periferia que eles vão, mas não enxergam as políticas sociais”, ressaltou.
A fala segue a linha adotada pelo Governo Federal de trabalhar as relações com instituições militares, que não apoiavam de forma majoritária a campanha petista. No Ceará, Elmano concorreu com Capitão Wagner (União Brasil), que era da corporação, enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve como adversário Jair Bolsonaro (PL), influente dentro da ala militar das Forças Armadas.
Em viagem recente à Argentina, Lula reforçou o “papel” dos militares e também defendeu o afastamento de pautas políticas. "Está claro o papel [dos militares] na Constituição, está definido", insistiu Lula.
"[As Forças Armadas] não servem político, elas não existem para servir um político. Existem para garantir a soberania do nosso país, sobretudo contra possíveis inimigos externos e para garantir tranquilidade ao povo brasileiro, e fazer outras coisas em função de desastres que possam acontecer no nosso país. Está claro na Constituição", disse Lula.
Na última semana, dois policiais, um militar e um penal, foram afastados preventivamente após início investigação por, supostamente, participarem de manifestações golpistas contra a vitória eleitoral de Lula. Os dois seriam "líderes" das manifestações e tiveram veículos encontrados na região das manifestações que questionavam o resultado da eleição e pediam intervenção.