Apesar de prever a criação de uma série de novas secretarias, a reforma administrativa proposta por Elmano de Freitas (PT) deverá manter uma estrutura governamental "enxuta", criada levando em conta recentes perdas orçamentárias vividas pelo Ceará.
É o que afirma o assessor especial de Relações Institucionais do governo, Nelson Martins. Em entrevista ao O POVO, ele reforça que as alterações foram feitas após intensas reuniões entre secretários e equipes da Fazenda e do Planejamento.
"É um organograma bem enxuto, porque nesse período agora nós temos que ter uma preocupação com a questão da economia. Essa perda que nós tivemos com o ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) foi muito pesada, o Ceará perde esse ano R$ 2,2 bilhões", diz, em relação aos cortes no ICMS sobre combustíveis.
Neste sentido, a fala vai ao contrário de críticas feitas pela oposição, que tem questionado um suposto "inchaço" na máquina estadual pela criação de pastas, o que é descartado por Martins. "Além dessas perdas, nós temos também compromissos obrigatórios por lei que vão trazer um impacto grande para o Estado. Tudo isso foi levado em conta", destaca.
Neste sentido, ele cita recente aumento na remuneração de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) - "que geram efeito cascata em várias carreiras do Estado", destaca -, assim como dos aumentos nos pisos da Enfermagem e do Magistério.
"Então, em função de tudo isso, fizemos uma estrutura muito enxuta nas secretarias novas", destaca. Enviada entre hoje e amanhã para a Assembleia Legislativa, a matéria da reforma administrativa deverá chegar à Casa apenas na terça-feira, podendo ser votada já nas próximas sessões do parlamento estadual.
Hoje vinculada à Casa Civil do Governo do Estado, a assessoria especial de Nelson Martins também deverá ser incluída na reforma, passando para a recém criada pasta de Articulação Política, comandada hoje por Waldemir Catanho (PT). (Carlos Mazza)