As imagens ganharam o Brasil e o mundo: crianças e adultos da etnia Yanomami desnutridos, corpos estendidos sobre macas recebendo tratamento emergencial depois do cerco de garimpeiros ao território indígena, apenas desfeito depois de ação do governo Lula.
Para Thiago Anacé, "o que está acontecendo com o povo Yanomami foi o que aconteceu recorrentemente na história do nosso país".
Líder local, Thiago afirma que "o Estado brasileiro tem responsabilidade porque não apenas deu as costas aos indígenas, ele incentivou um tipo de exploração daquela área que agrava a situação".
"A responsabilização vai muito além do reparo e do cuidado com o povo", defende. "Ele (Estado) fomentou essa invasão de uma área com 30 mil indígenas e 20 mil garimpeiros".
Ainda de acordo com o integrante dos Anacé, "a sociedade cobra do indígena e alimenta uma visão romântica do estereótipo, mas obrigaram o indígena a não usar sua língua, tomaram a terra, disseram que o indígena não poderia ser como era".
A avaliação tem por alvo impasses vividos sobretudo por grupos no Ceará, em áreas urbanas e cujas relações já se dão também dentro de rotinas das metrópoles ou mesmo em cidades interioranas, como Itapipoca, Itarema e outras.
"Os povos indígenas foram obrigados a inventar novas formas de vida que não suas formas tradicionais para poderem resistir e existir. Isso a custo de muito massacre, violência, de tomar seu território e fazer com que perca tudo que tem".