Deputada federal do PT, Luizianne Lins admitiu ontem interesse na vaga de coordenadora da bancada de parlamentares do Ceará. Atual ocupante do posto, Júnior Mano (PL) não deve postular continuidade.
"A escolha da coordenação será uma discussão com toda a bancada e a ideia é se trabalhar para uma decisão consensual", disse Luizianne ao O POVO.
Segundo a petista, "a expectativa é que a decisão fique para logo depois do Carnaval", na primeira semana de março.
Em conversa com a reportagem nesse domingo, 12, o líder do Governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT), havia afirmado que a indicação da coordenação será feita em conjunto com o governador Elmano de Freitas (PT), a quem cabe convocar reunião para tentar
encaminhar as negociações.
Ainda conforme Guimarães, caso haja disputa, ele apoiará o nome de Luizianne para a função, que requer capacidade de articulação para ouvir as demandas tanto do Executivo estadual quanto dos parlamentares de diferentes partidos e inclinações.
Até agora, além da deputada do PT, está no páreo o também deputado Eduardo Bismarck, do PDT, que já ressaltou estar procurando costurar consenso em torno do seu nome.
De acordo com o pedetista, ele teria votos da maioria da bancada de 25 congressistas eleitos pelo Ceará (22 deputados/deputadas e três senadores).
Até o domingo passado, continua Bismarck, só não tinha conversado com os deputados AJ Albuquerque (PP) e Fernanda Pessoa (União Brasil), que estariam esperando por uma definição de Luizianne, e a senadora
Augusta Brito (PT).
À frente dessa coordenação, cumpre ao parlamentar ajudar a direcionar a destinação das verbas de origem nas emendas de bancada, cujos valores já costumam ser canalizados para saúde e educação.
 Embora Luizianne e Bismarck digam que a escolha se dá por consenso, o processo coloca frente a frente PT e PDT, novamente medindo forças.
No Estado, os dois partidos não superaram rusgas da última eleição para o Governo, vencida por Elmano contra Roberto Cláudio (PDT) e Capitão Wagner (União Brasil).
A preço de hoje, a direção municipal pedetista faz oposição ao governador, enquanto o prefeito de Fortaleza, José Sarto, ainda tenta arrancar um apoio do petista a sua reeleição, mas sem grandes chances de sucesso.
A indicação da coordenação da bancada adiciona mais um ingrediente nesse caldo bastante apimentado que se tornou a relação entre as siglas.