O senador Cid Gomes aparentou certa impaciência com a demora do PDT em tomar uma decisão acerca de apoiar ou não o governo Elmano de Freitas (PT). "Dessa reunião marcamos uma outra reunião", brincou, dando risada, ao deixar a reunião de ontem. "Mas está melhorando", disse, esperançoso.
O senador lamentou a estratégia da legenda na última eleição e disse que pagou um preço pessoal. "Ninguém foi mais sacrificado pessoalmente, no sentido de me impor um autosacrifício, do que eu. Eu me impus um sacrifício no processo eleitoral, em função das decisões que foram tomadas e, enfim, fiquei calado o tempo todo", lembrou.
O irmão de Cid, Ciro Gomes, foi candidato a presidente e principal padrinho da candidatura de Roberto Cláudio a governador, decisão que foi estopim do fim da aliança com o PT, que queria a então governadora Izolda Cela como candidata. O afastamento de Cid da campanha causou desavenças pessoais.
Cid defendeu, contudo, que a questão seja superada. "Aconteceu. Houve a divergência. O partido perdeu. A estratégia foi claramente, as urnas mostraram isso, equivocada. Mas, infelizmente algumas pessoas não admitem o erro e querem continuar alimentando uma divergência que não é a característica do PDT".
Cid Gomes defendeu que a questão seja superada. "A gente acha que esse projeto é o mesmo", disse em relação ao que ele próprio iniciou e Camilo Santana (PT) manteve. "Então, por que nós vamos divergir? Por uma questão pessoal, de fígado?", indagou.
Ele destacou que parte dos pedetistas já votaram em Elmano no primeiro turno, apesar de o partido ter lançado Roberto Cláudio como candidato a governador. O senador disse que houve uma migração de alguns que votaram em Roberto Cláudio, mas agora defendem apoio à gestão petista.
Cid enfatizou que tem projeto nacional diferente do PT. "O PT do Ceará é diferente da média do PT do Brasil". E completou: "Acho que aqui no Ceará temos de virar a página também".
A próxima reunião do PDT será na quinta-feira. (Colaborou Érico Firmo)