Em uma série de nomeações previstas para o início de março, o governador Elmano de Freitas (PT) deverá contemplar com indicações no governo ex-deputados que não conseguiram mandatos na disputa eleitoral do ano passado. Entre eles, estão nomes do PT, MDB, PV e até mesmo Psol.
Presença esperada no governo desde os primeiros anúncios de Elmano, o suplente de deputado Acrísio Sena (PT) assumirá nesta quarta-feira, 1º, a presidência do Instituto Centro de Ensino Tecnológico (Centec). Ele estava com mandato na Assembleia Legislativa até janeiro. Na eleição passada, foi o terceiro suplente da federação, com 30,6 mil votos.
Também deverão ser confirmados no governo assessores especiais que até recentemente tinham mandatos de deputado estadual pelo MDB. Os nomes envolvem Audic Mota (MDB), Leonardo Araújo (MDB) e Walter Cavalcante (PV), que ficarão ligados diretamente à Casa Civil. Todos tentaram a reeleição no ano passado, mas não tiveram sucesso.
No caso dos dois emedebistas, a articulação para as indicações foi feita diretamente entre os ex-deputados e o próprio Elmano, sem contar com participação do partido nem do principal dirigente no Ceará, o deputado Eunício Oliveira. Cotados, respectivamente, para as assessorias de Desenvolvimento Regional e Assuntos Federativos, Audic e Leonardo têm inclusive demonstrado insatisfação com as indicações do MDB no secretariado.
A indicação mais inesperada da "nova leva" acabou sendo do ex-deputado e ex-vereador João Alfredo (Psol), que tentou se eleger deputado federal na eleição do ano passado. Indicado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Alfredo - que já foi filiado ao PT e exerceu mandatos pelo partido por vários anos - foi convidado por Elmano para assumir o Instituto do Desenvolvimento Agrário do Ceará (Idace).
Apesar de não descartar o componente político, João afirma que o perfil também envolve a questão técnica. Advogado e professor de Direito, ele destaca que já atuou diversas vezes na defesa de sindicatos rurais e na construção de movimentos sociais ligados à regularização fundiária do Ceará.
"Para mim é até um certo reencontro, o Elmano foi meu assessor, foi via nossa assessoria que o Elmano conhece o MST e depois se torna advogado do MST. Nossos mandatos sempre tiveram muita referência na luta agrária". Ele destaca ainda que, apesar de defender a aproximação entre o Psol e governos do PT, a indicação "não é uma demanda partidária".