Professora de História com uma carreira reconhecidamente bem-sucedida na Universidade de São Paulo (USP), Mary Del Priore decidiu deixar isso para trás. Corriam os anos de 2000. Já autora de destaque e premiada nesse campo, a pesquisadora tinha um projeto: “Esse projeto era escrever para o grande público”, recorda.
Em entrevista ao O POVO por videochamada, a historiadora recupera o fio da meada que a levou então da academia para o sucesso editorial, com livros que somam dezenas de milhares de cópias vendidas em mais de três décadas de trabalho.
Nesse percurso, Priore tratou dos mais diversos assuntos e épocas: da sexualidade à religiosidade, passando ainda por figuras femininas de relevo, mas sobre as quais se sabia pouco, e também pela formação da sociedade nacional, numa série chamada “Histórias da gente brasileira”, já com quatro volumes publicados.
Desde História da criança no Brasil, editado em 1991, inaugurando uma produção fecunda, a autora vem se dedicando sobretudo a perfis biográficos, numa prosa romanceada na qual se misturam elementos históricos de fonte e origem diversas.
Na conversa, a escritora reflete sobre o próprio trabalho e sobre aquilo que a atrai na escrita historiográfica. Explica ainda por que prefere sempre abordar períodos históricos distanciados cronologicamente.
Sobre a entrada das mulheres como tema e objeto de pesquisa em suas obras, Priore relata que, por muito tempo, “havia sempre esse enfoque um pouco popularesco para tratar das mulheres, mas as mulheres tiveram um papel incrível muito antes da Independência”.
“Se a gente for pegar a documentação, as mulheres brasileiras, longe desse vitimismo que às vezes a gente vê pesar sobre a imprensa e alguns autores, vêm lutando e sempre estiveram como protagonistas em várias situações”, ressalta.
O POVO – A senhora dedicou muita energia a temas ligados à história das mulheres, da infância, do amor, da intimidade. Como esses assuntos se conectam na sua construção historiográfica?
Mary Del Priore – Olha, desde sempre eu fui extremamente influenciada pela historiografia francesa. Essa historiografia navegava, sobretudo a partir dos anos de 1980, por esses domínios que eu acabei abordando. Inicialmente veio a história das mulheres, e lembro a você que, quando fui para a pós-graduação, já era mãe de três filhos. Minha carreira é muito tardia. Digo sempre: mulheres que estão em casa e que têm vontade de fazer universidade, não percam tempo; corram, façam o vestibular, porque a gente consegue ganhar depois o que parece que perdeu. Na época, nos anos de 1990, era a segunda onda do movimento feminista, que começou majoritariamente entre professoras. Eram as mulheres acadêmicas, universitárias, notadamente aquelas que tinham estado no exílio, tinham estudado fora e estavam voltando para o Brasil.
Então, o tema das mulheres acabou despencando no meu colo um pouco por força das circunstâncias. A partir daí eu fui estudar na França, fui fazer um curso especial na Escola de Altos Estudos sobre demografia histórica. E lá eu me dei conta de que a história das mulheres era, digamos, um ramo de uma historiografia que vinha se ampliando e que deixou o marxismo totalmente pra trás. Era o fim da chamada “história total”, aquela que levava em conta a demografia, geografia, sociologia etc. Quer dizer, a coisa era agora realmente tratar, de maneira mais perfunctória, de algumas tendências.
E ali entrei em contato com Jean-Louis Flandrin, que é o grande historiador francês da sexualidade – municiou o Foucault inclusive para ele escrever a História da sexualidade. Comecei a navegar também naquilo que se chamava na época de antropologia histórica, ou seja, a gente conseguir todos os dados de vida material. Isso, para mim, foi uma descoberta maravilhosa. Vida material: como as pessoas viviam, como elas se vestiam, como era a alimentação. Tudo isso começou a fazer, a meu ver, um bom “refogado”, para depois eu tratar desses assuntos dos quais venho tratando ao longo dos anos. Muito me alegro porque, nos últimos tempos, a histografia francesa vem se voltando para a história das sensibilidades, que é alguma coisa também que eu procuro captar, sobretudo através das biografias que escrevi.
Eu sentia cada vez mais que a moda da história, em dado momento, ia bater no Brasil, onde nós tínhamos inclusive uma lacuna muito grande deixada desde os anos de 1930, quando houve várias tentativas de biografias históricas. E a minha ideia era romper um pouco com isso e trazer criatividade e inventividade para o campo da história.
O POVO – Como foi a saída da universidade nesse período?
Mary Del Priore – Quando saí da Universidade de São Paulo (USP), no início dos anos de 2000, eu tinha um projeto. Não saí porque eu detestava ou não gostava, não foi isso. Eu saí porque eu tinha um projeto que era muito inspirado nessas idas e vindas que fiz na Europa nos últimos 60 anos da minha vida. Esse projeto era escrever para o grande público. Eu sentia cada vez mais que a moda da história, em dado momento, ia bater no Brasil, onde nós tínhamos inclusive uma lacuna muito grande deixada desde os anos de 1930, quando houve várias tentativas de biografias históricas, obviamente muito positivistas, dentro de uma abordagem muito factual. E a minha ideia era romper um pouco com isso e trazer criatividade e inventividade para o campo da história.
Abandonar todo aquele arcabouço acadêmico, a forma de escrever que acaba fazendo a boca do professor ficar torta e que, ao mesmo tempo, se distancia muito da realidade daquelas pessoas que gostam de uma boa leitura. A história, já dizia o grande Paul Veyne, é um romance. É uma forma de romance, um romance que aconteceu, essa é a frase dele, para ser mais precisa. Nos anos de 1990, vários historiadores importantes, como Georges Duby e outros, sublinharam o quão de poético a linguagem histórica pode ter, abandonando justamente os conceitos e fazendo-se mais compreensível, aproximando-se do leitor comum. E eu deixei a USP para levar adiante esse projeto.
Dei muita sorte porque “O príncipe maldito” (O príncipe maldito: Pedro Augusto de Saxe e Coburgo: uma história de traição e loucura na família imperial) foi logo premiado e depois veio a “Barral” (Condessa de Barral: a paixão do imperador). Então me apaixonei por essa possibilidade de me colocar na pele do outro, fosse José Bonifácio, fosse uma mulher, e reconstituindo, da maneira mais completa que eu pudesse, através das imagens de época, da música de época, do “environment”, do ambiente de época, das formas de morar – que cidades eram essas, o que se via na rua? Ou seja, reconstituir o cenário da vida desses biografados. A minha ideia era abrir, fazer do biografado uma espécie de janela do passado. Através dele se vê todo um complexo. Um complexo político do que estava acontecendo, um complexo social, as mudanças em curso.
Eu me apaixonei por essa maneira de fazer história. Tanto é que não consigo parar. Você tinha citado antes “A viajante inglesa”, que escrevi dois anos atrás. Depois dela já escrevi mais umas três ou quatro biografias. Eu gosto muito dessa ideia de poder penetrar nessas sensibilidades do passado, vendo como são moldadas por várias contingências, que são econômicas e políticas. Mas hoje podemos pensar também no impacto do tema da religião, da raça, tudo isso atravessa a nossa história e pode estar muito presente nessas biografias. E cito também a riqueza dos nossos arquivos. Acho que meu trabalho de historiadora vem sublinhando muito a importância da riqueza desses arquivos, que estão muito abandonados, inclusive pelos responsáveis, que são a federação, o estado, os municípios. Lembro sempre que os prefeitos dos municípios adoram queimar os papéis dos arquivos, que assim a gente nunca saberá quão ruim foi.
O POVO – Ou então decretar sigilo, não é, professora?
Mary Del Priore – Não é? Pra onde foi o dinheiro, essa coisa toda. Mas a verdade é que nossos arquivos estão muito abandonados, e eles dependem muito de nós, historiadores, nós, pesquisadores, para continuarem vivos, para terem aquelas gavetas abertas e nós podermos, como eu sempre digo, conversar com os mortos.
Eu vou muito ao exterior e falo muito da educação no Ceará, o prazer que eu tenho de ir aí, de saber que vocês têm bibliotecas funcionando. Já visitei escolas públicas perto de Fortaleza. O cuidado, a interação entre família e escolas, mães e estudantes. Isso, que obviamente deveria ser uma agenda para o Brasil, vocês conseguiram milagrosamente fazer e estão consolidando.
O POVO – Apesar dessa perspectiva mais micro, você já se voltou no seu trabalho também a períodos históricos, como a Colônia, a República Velha, o Império. Considera a possibilidade de retomar essa perspectiva, mas abordando o Brasil dos últimos 20 anos?
Mary Del Priore – Acabamos de fazer, Renato Venâncio e eu, o terceiro prefácio e o posfácio do livro “Breve história do Brasil”, que é um livro que já vendeu mais de 100 mil exemplares e está sendo traduzido para o chinês. Ele é uma entrada na história do Brasil exatamente nessa forma de conversa, a ideia é sempre de que o leitor se sinta ao lado de alguém que está lhe contando uma história saborosa. E aí nos demos conta de como esses últimos 10 ou 15 anos são difíceis de resumir, são muito complicados.
Acho que nós temos linhas estruturais que atravessam nosso passado, a questão da corrupção no estado, a falta de cidadania, ao mesmo tempo mudanças societais muito rápidas, a forma com que nós estamos lidando com temas desde o casamento homoafetivo até o debate, que não se consegue fazer neste país, sobre o aborto; até as leis todas de proteção aos LGBTQIA+, a preocupação com o racismo no Brasil etc. Quer dizer, são temas que invadiram a sociedade de maneira vigorosa, sobretudo depois desses quatro anos de uma extrema-direita muito pouco sensível a qualquer tema de sociedade. E nós temos que conjugar tudo isso com um país que exporta suas riquezas, que abandonou sua indústria, e isso é visível.
O que foi feito da indústria brasileira? Há uma desertificação de nosso parque industrial, o menoscabo com que também esse passado sindical acabou sendo enterrado. Os sindicatos desapareceram, vimos isso nas últimas eleições. Eu já tinha de alguma maneira abordado isso num livro que se chama “Histórias íntimas”, que é um grande resumão e uma história da sexualidade do brasileiro. Quando cheguei na questão da internet, eu abandonei, o livro acabou ali. Não dá, porque é tanta coisa, tanta informação. A internet acabou, num país de baixíssima cidadania, de baixíssimo nível educacional... Nós temos esses pequenos milagres que acontecem no país, que é o caso do Ceará, que bomba, é uma maravilha. É o meu orgulho.
Eu vou muito ao exterior e falo muito da educação no Ceará, o prazer que eu tenho de ir aí, de saber que vocês têm bibliotecas funcionando. Já visitei escolas públicas perto de Fortaleza. O cuidado, a interação entre família e escolas, mães e estudantes. Isso, que obviamente deveria ser uma agenda para o Brasil, vocês conseguiram milagrosamente fazer e estão consolidando. Isso se cruza com áreas que já pude visitar no Rio de Janeiro, por exemplo, de escolas sem segurança, sem investimento nos professores, alunos atemorizados, professores atemorizados. Esse nosso grande continente que é o Brasil, ou esses “brasis” que estão costurados, têm realidades muito diversas. Uni-las é o nosso grande desafio. Mas colocar tudo isso num livro, eu confesso a você que não tenho fôlego. E, particularmente, não gosto muito de história do tempo presente. Eu acho que a história exige distanciamento. Primeiro porque, de norte a sul, temos sociólogos excepcionais no Brasil. Acho que esses são temas da sociologia. Embora acredite muito na transdisciplinaridade, na conversa entre disciplinas, acho que algumas questões têm que ser respeitadas. E, no caso da história, o distanciamento é fundamental para nos permitir aquilatar, avaliar, para examinar uma pluralidade de documentos. A história não é feita só em cima de um documento. Não se conta o “achamento” do Brasil só em cima da carta de Caminha. Temos depoimentos dos nossos povos originários, temos outros depoimentos de outros viajantes que já tinham passado por esse litoral. Então esse cruzamento de fontes é fundamental para o historiador. E no tempo presente, o que se vai cruzar? Se quiser cruzar só as informações que se tem na internet, não vai dar conta. Acho que esse distanciamento é uma das características do ofício do historiador e que fazer história do tempo presente no Brasil é um desafio para cientista político e para sociólogo.
Se a gente for pegar a documentação, as mulheres brasileiras, longe desse vitimismo que às vezes a gente vê pesar sobre a imprensa e alguns autores, vêm lutando e sempre estiveram como protagonistas em várias situações. É bom lembrar que nosso Brasil litorâneo foi um país de grandes migrações.
O POVO – Como se dá a entrada da mulher na construção de uma perspectiva histórica no Brasil?
Mary Del Priore – Mais uma vez, a gente deve muito a essa segunda onda feminista, que aconteceu a partir dos anos de 1960 e 1970. A pílula anticoncepcional, chegando ao Brasil nos anos 60, já abriu também uma porteira para as mulheres poderem estudar mais, trabalhar mais, estarem mais visíveis na sociedade. E óbvio que também a inundação de trabalhos que vinham sobretudo da França e dos Estados Unidos sobre o tema. O que acontece: nós temos personagens absolutamente fascinantes da nossa história que mereciam tratamento quase que humorístico, tais como “a amante de fulano”, “a filha bastarda de beltrano”.
Havia sempre esse enfoque um pouco popularesco para tratar das mulheres, mas as mulheres tiveram um papel incrível muito antes da Independência. Se a gente for pegar a documentação, as mulheres brasileiras, longe desse vitimismo que às vezes a gente vê pesar sobre a imprensa e alguns autores, vêm lutando e sempre estiveram como protagonistas em várias situações. É bom lembrar que nosso Brasil litorâneo foi um país de grandes migrações. Os homens, desde a época da colonização, andaram por esse país em busca de oportunidades, deixando muitas vezes cidades inteiras só com mulheres, como é o caso de São Paulo no final do século XVIII e início do XIX, e o caso desse matriarcado da pobreza que a gente vê em algumas cidades nordestinas ainda, que é uma espécie de resquício dessa migração masculina.
Essas mulheres sempre trabalharam e sempre foram donas das suas vidas, elas perdiam o marido e se concubinavam imediatamente. Elas faziam os filhos trabalharem e trabalhavam em equipe com as suas famílias. As matriarcas eram respeitadíssimas. E à medida que as oportunidades vão aparecendo, com a modernização maior alavancada no século XVIII, essas mulheres vão se tornar grandes comerciantes, vão ter suas tendas, vão dar de comer, vão oferecer todo tipo de serviço, de cozinha a lavanderia e prostituição, de parteira a benzedeira. Então temos aí vários rostos que vão aparecendo na documentação e que a gente vem resgatando. Essas linhas de pesquisa, primeiro sobre história das mulheres, depois história dos gêneros, como hoje é contada, vêm abrindo a porta para a gente se debruçar sobre várias protagonistas que sempre estiveram presentes. E quantas anônimas nós ainda estamos por conhecer?
O Gilberto Freyre foi o primeiro a apontar isso: o Brasil tinha padre confessor, então a mulher não precisava escrever suas memórias, nem ter um querido diário para ali registrar suas experiências. Mas a verdade é que temos de encontrar documentos que permitam a essas mulheres falar das suas experiências. Foi a sorte que eu tive quando achei o diário da condessa de Barral, quando ela vem da França para o Brasil tocar um engenho no Recôncavo baiano com um marido francês que não sabia fazer nada. Ele era um aristocrata francês, mas ela era uma brasileira, como tantas de nós, extremamente guerreira, que vai tentar botar de pé os engenhos do pai. A gente tem que ouvir essas vozes, achar a documentação em que essas mulheres se façam ouvir com suas experiências, suas vivências, seus traumas, as violências que sofreram, os sucessos que tiveram. E é através disso que nós damos.
O POVO – Há uma discussão sobre o papel de primeiras-damas no Brasil tanto no caso da Michelle Bolsonaro, quando o Bolsonaro era presidente, quanto agora com a Janja, em que se apontam uma proeminência e um protagonismo. Como avalia a participação de mulheres nesses papéis?
Mary Del Priore – Acho que estão preenchendo um vazio, e da maneira brasileira. Óbvio que se olha para as primeiras-damas fora do Brasil e não se vê, digamos, uma visibilidade tão grande, em alguns casos até um pouco exagerada. Mas a verdade é que estão ocupando seus espaços, são mulheres que querem e devem ter projetos políticos. Nada contra, eu acho que estão aí e estão se expressando, e isso é importante. Mesmo porque elas tomam esse estandarte de estar falando por outras mulheres que estão silenciadas. Elas se fazem porta-vozes dessas mulheres. É uma tendência, vamos ver no que vai dar.
O POVO – Vivemos, num período bem recente, uma espécie de revisionismo histórico. Isso deixou marcas que podem ter comprometido de alguma maneira as pesquisas no campo historiográfico no Brasil?
Mary Del Priore – A história é uma disciplina em construção. Eu digo sempre que a gente só pode conjugar história no gerúndio: estar fazendo história. Por que digo isso? Porque a história se baseia em documentos. A gente tem que matar a cobra e mostrar o pau, ou seja, tem que dizer de onde aquilo está saindo. Com nossos arquivos, e sobretudo a riqueza dos arquivos privados que agora estão vindo à tona, a gente percebe que a nossa história está em permanente construção. Só temos que ter muito cuidado é com as fake news, que existem em história também, com uma série de sites mentirosos sobre história, sites tendenciosos, e fazer essa triagem como tudo que fazemos: quando lemos jornais, quando ouvimos as notícias na TV. Essa triagem também é feita pela gente. A gente não vai ouvir o canal onde só se diz bobagem, a gente vai ouvir o canal onde a gente sabe que os jornalistas estão ali fazendo o melhor para ter a informação mais correta. A mesma coisa em história. Novos assuntos sempre surgirão, os campos de pesquisa estão se alargando a uma velocidade enorme, e o historiador, sempre com documentos, está mostrando que está construindo, a partir do seu ponto de vista, a sua verdade, porque a verdade absoluta não existe.
O POVO – Já é possível estimar, do ponto de vista histórico, algum impacto da pandemia da Covid sobre a intimidade?
Mary Del Priore – Fora do Brasil já há vários estudos, mas no Brasil ainda não vi nenhum que eu pudesse mencionar aqui. Mas, fora do país, sabe-se, por exemplo, que entre jovens se preferiu olhar o celular a fazer sexo, no caso da França, onde os sociólogos gostam desse tipo de pesquisa. Sabe-se que na Coreia do Sul afirmou-se o desejo das mulheres de não constituírem famílias e muito menos de terem filhos. O país tem mais de 50% das mulheres coreanas nessa situação. Então nós sabemos que existem alguns impactos, mas volto a dizê-lo: estudos históricos, ainda não conheço nenhum.
Uma das obras mais recentes de Mary Del Priore, A viajante inglesa (Vestígio) trata da história de Maria Graham, casada com um oficial da Marinha Britânica. Ambos viveram no Brasil durante período conturbado
A autora é especialista em História do Brasil, com mestrado e doutorado pela USP e pós-doutorado pela Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales, na França
Del Priore, durante conversa com O POVO, elogiou bastante a qualidade da educação na rede pública no Ceará. Disse se orgulhar desse “pequeno milagre brasileiro”, sobre o qual costuma falar quando viaja ao exterior