O Nordeste está bem representado no governo Lula 3, ocupando pastas importantes e com orçamento substantivo, tais como Educação e Desenvolvimento Regional, além de postos como a liderança do Planalto no Congresso, a cargo de políticos da região.
Professor e cientista político da Universidade Federal do Piauí (UFPI), Vitor Sandes avalia que esse reconhecimento é também um investimento do petista nos estados nordestinos.
“O governo conta com uma série de ministros e ministras nordestinas, com destaque para os ex-governadores Camilo Santana, Flávio Dino, Rui Costa e Wellington Dias, que ocupam funções centrais no Governo”, cita.
Para ele, trata-se ainda de uma estratégia política de expansão do capital do presidente, já que os ex-chefes de Executivo hoje ministros se mostram como potenciais candidatos à sucessão de Lula dentro de quatro anos.
“Além de terem sido fortes oposicionistas ao governo Bolsonaro”, continua Sandes, “eles se projetaram politicamente na região e nacionalmente, bem como atuaram fortemente na campanha eleitoral vitoriosa de Lula”.
Natural, então, que o Governo direcione mais recursos para o Nordeste ao longo do mandato, de olho no achatamento do bolsonarismo nesse espaço, que vinha aumentando mesmo com desgaste do então presidente.
“Ter nomes da região, onde o governo planeja a implementação de importantes políticas públicas, é importante politicamente, principalmente quando se pensa em um projeto de longo prazo”, analisa o pesquisador.
Nas eleições de 2022, a maior votação de Lula no segundo turno da disputa foi no Piauí: 76,86% dos votos válidos. No ranking, seguem-se Bahia, com 72,12%, e Maranhão, com 71,14%.
Candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL) obteve melhor desempenho em Roraima, com 76,08%, garantindo boa votação também em Rondônia (70,6%) e Acre (70,3%).
No Ceará, Lula conquistou 69,97% dos votos do eleitorado, ante 30,03% de Bolsonaro. (Henrique Araújo)