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Novos vídeos e acusação de Cappelli aumentam tensão na semana de instalação da CPMI
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Novos vídeos e acusação de Cappelli aumentam tensão na semana de instalação da CPMI

| 8 de janeiro | Interinamente no comando do GSI, Ricardo Cappelli vincula ataques golpistas aos generais Augusto Heleno e Braga Neto
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 Ricardo Cappelli comanda interinamente o GSI após queda de Gonçalves Dias (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil  Ricardo Cappelli comanda interinamente o GSI após queda de Gonçalves Dias

O ministro interino do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Ricardo Cappelli, acusou os generais Augusto Heleno, que chefiou a pasta durante o governo Jair Bolsonaro, e Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa que concorreu como vice na chapa do ex-presidente à reeleição, de participação nos atos extremistas de 8 de janeiro.

"Eu sei o que vi e ouvi comandando as tropas no dia 8/1. Não é possível falsificar os fatos criando uma narrativa a-histórica como tentam fazer extremistas terraplanistas. Onde estão Heleno e Braga Neto? Se há um general conspirador e golpista, certamente não é o honrado Gdias general Gonçalves Dias, ex-ministro do GSI", escreveu Cappelli, no Twitter.

A declaração polêmica do ministro interino acontece no momento em que novos vídeos sobre os ataques de 8 janeiro são divulgados e na mesma semana em que deve ser instalada no Congresso Nacional a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos golpistas, elevando o nível de tensão entre a base aliada do governo Lula e a oposição.

Gonçalves Dias pediu demissão do cargo na última quarta-feira, 19, após imagens do circuito interno de segurança do Palácio do Planalto terem sido exibidas pela CNN Brasil. As gravações mostram o então ministro circulando pelos corredores do prédio no dia 8 de janeiro, abrindo portas e indicando rotas de saída para alguns dos invasores.

Como mostrou o Broadcast/Estadão, não há no governo desconfiança com relação à lealdade de Gonçalves Dias a Lula. A avaliação do presidente é que o general foi enganado pela própria equipe do GSI, que no início do ano era composta, em sua maioria, por apoiadores de Bolsonaro.

Em entrevista ao site Congresso em Foco no sábado, 22, Cappelli já havia dito que as investigações da Polícia Federal "muito possivelmente" indicarão participação do general Heleno nos atos extremistas.

O GSI divulgou, em seu site, arquivos das imagens das câmeras do circuito interno de segurança do Palácio do Planalto gravadas no dia 8 de janeiro de 2023. Nesse dia, centenas de manifestantes invadiram e vandalizaram a sede do Poder Executivo.

As imagens estavam sob sigilo por fazer parte de inquérito policial que investiga os ataques de 8 de janeiro, mas trechos delas foram divulgadas pela CNN na última quarta, 19. Na sexta-feira, 21, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator das investigações sobre os atos golpistas, determinou a quebra do sigilo das imagens para envio à investigação que está em andamento no STF.

Alexandre de Moraes determinou que todos os servidores que aparecem no vídeo fossem ouvidos pela PF no prazo de 48 horas. Na última sexta, 21, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse, em entrevista, que os depoimentos à PF são importantes para apurar responsabilidades.

O ministro Padilha afirmou ainda que o presidente Lula solicitou ao ministro interino do GSI, Ricardo Capelli, que faça um raio-x dos servidores que estão hoje no GSI e que possam ter participado dos atos golpistas.

Padilha disse ainda que o governo está aguardando a instalação da CPMI dos atos golpistas de 8 de janeiro para montar sua estratégia. "O que eu sinto, tanto na Câmara quanto no Senado, desde o dia 8 de janeiro, é uma ampla maioria que rechaça os atos terroristas do dia 8. O Legislativo foi atacado, foi invadido, foi violentado. Quem praticou aqueles atos terroristas não queria reconhecer a eleição do presidente da República, mas também não queria reconhecer o papel do Congresso". (Agência Estado e Agência Brasil)

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