Logo O POVO+
Elmano culpa governo Sarto por lotação em hospitais estaduais: "Situação muito grave"
Politica

Elmano culpa governo Sarto por lotação em hospitais estaduais: "Situação muito grave"

| Saúde | Gestão estadual tem argumentado que mudanças feitas pela Prefeitura de Fortaleza têm provocado sobrecarga no sistema de saúde
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
Elmano e Sarto vinham se aproximado em pautas coletivas, mas vem trocando farpas publicamente  (Foto: Samuel Setubal)
Foto: Samuel Setubal Elmano e Sarto vinham se aproximado em pautas coletivas, mas vem trocando farpas publicamente

Elmano de Freitas (PT) cobrou responsabilidade da Prefeitura de Fortaleza, gerenciada por José Sarto (PDT), e atribuiu à rede municipal as lotações nas unidades de atendimento da Capital. Em fala nesta segunda-feira, 24, em Brasília, o governador disse que o aumento da demanda em hospitais estaduais foi por uma “decisão da Prefeitura de fechar serviços de saúde”.

Perguntado sobre como estaria o diálogo com Sarto, Elmano comentou sobre uma audiência promovida ontem pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) que envolveu as secretarias de Saúde do Estado (Sesa) e do município, (SMS). “Eu espero que a Prefeitura de Fortaleza tome as providências devidas, estamos em uma situação muito grave na Capital”, disse.

 

 

Em sua fala ontem, Elmano destacou que “90% dos casos” que a rede estadual de saúde recebe só no setor de pediatria viriam de pacientes de Fortaleza. Segundo ele, “por fundamentalmente decisão da Prefeitura de Fortaleza de fechar serviços de saúde na Capital”.

“Eu espero que tenha responsabilidade de atender a população de Fortaleza. Nós já abrimos leitos, já chamamos pessoal da pediatria para dar uma salvaguarda daquilo que a Prefeitura não está fazendo”, concluiu.

Após reunião promovida pelo MPCE, as duas secretarias se comprometeram a apresentar, na próxima sexta-feira, 28, um plano de contingência para a atual situação de "crise" na saúde na Capital, como classifica o órgão.

Segundo o MPCE, as partes dialogaram sobre a "superlotação das Unidades de Terapias Intensivas (UTIs) pediátricas, fechamento dos serviços de emergência, atendimento precário em unidades de saúde, falta de insumos, equipe de profissionais deficitária e atraso no pagamento de fornecedores".

 

Não é a primeira que a gestão estadual comenta sobre as mudanças na rede de atendimento municipal. Em março, em coletiva realizada na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), a secretária da Sesa, Tania Mara Coelho, afirmou que “não queria culpabilizar” ninguém, mas associou a sobrecarga dos hospitais em Fortaleza ao fechamento de emergências hospitalares do sistema municipal da capital.

"Eu não queria culpabilizar. Eu só acho que a gente precisa reorganizar a rede. Quando se faz reorganização de rede, você não pode fechar um serviço sem ter onde encaminhar o paciente. Nós tivemos este ano o fechamento de quatro emergências nos hospitais públicos do município de Fortaleza, e isso tem sobrecarregado os nossos hospitais, que são terciários e especializados para atender pacientes de maior complexidade”, disse a titular da Sesa.

Por meio de nota, a SMS, na época, afirmou que a rede municipal é destaque entre as capitais nordestinas. A pasta ressaltou que "para qualificar o atendimento de mães e bebês", três das cinco unidades da Rede Materno Infantil tiveram readequação de perfil, "atendendo exclusivamente demanda obstétrica e ginecológica em sua emergência". Um outro equipamento está em reforma.

Com informações do repórter João Paulo Biage/Correspondente em Brasília

 

O que você achou desse conteúdo?