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Bancada cearense deixa Lula "na mão" na 1ª derrota do governo
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Bancada cearense deixa Lula "na mão" na 1ª derrota do governo

| CÂMARA | Dos 22 deputados só 9 votaram com o governo. A bancada rachou e houve também 9 votos contrários, além de aliados ausentes
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Câmara dos Deputados em votação que derrubou decretos de Lula (Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados)
Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados Câmara dos Deputados em votação que derrubou decretos de Lula

No primeiro teste da força da base do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Câmara dos Deputados, a bancada do Ceará na Câmara dos Deputados se dividiu. Na votação da retirada de dois trechos de decretos presidenciais que alteram o Marco Legal do Saneamento, o governo sofreu derrota. Embora teoricamente a maior parte de representação cearense seja aliada, só 9 dos 22 deputados cearenses seguiram a orientação da liderança e votaram "não" à mudança dos decretos presidenciais. O número foi o mesmo dos que votaram "sim" à mudança e contra as medidas de Lula. Houve ainda 3 deputados que não votaram e 1 que não marcou presença.

O placar geral foi de 295 votos contra o governo, 136 votos pela manutenção dos trechos dos decretos de Lula e 81 abstenções ou ausências da votação. Lula, no primeiro teste, não teve no Ceará sustentação compatível aos 69,97% dos votos válidos obtidos no segundo turno da disputa presidencial de 2022. Há críticas na bancada à articulação política — que inclui o deputado cearense José Guimarães (PT), líder de Lula na Câmara. O projeto passa agora pelo Senado.

Deixaram de votar com o governo sete deputados cearenses de partidos que estão na base do governo e ocupam ministérios. Foram quatro votos contra o governo. Além disso, Danilo Forte (União Brasil-CE), Domingos Neto (PSD-CE) e Eunício Oliveira (MDB-CE) não votaram. Fernanda Pessoa, Dayany Bittencourt e Moses Rodrigues, os três do União, além de Luiz Gastão, do PSD, votaram "sim". Juntos, MDB, PSD e União Brasil têm nove ministérios na Esplanada de Lula.

Ao O POVO, o deputado federal Danilo Forte afirmou que a discussão das indicações para cargos no governo federal não passou pelas bancadas parlamentares, mas atendeu a caciques partidários, de modo que as adesões ao governo não se refletem no parlamento.

"Fica difícil a relação quando você escolhe poucos. A relação não se dá apenas pela capacidade da liberação das emendas, porque querendo ou não querendo, o orçamento transferido para o Parlamento diminui o toma-lá-dá-cá. A forma agora é o diálogo e a capacidade de construir no debate, chamando as bancadas com humildade, coisa que eu acho que o PT desaprendeu", avaliou Forte.

Aliado de primeira hora do presidente, o deputado federal Eunício Oliveira afirmou ao O POVO que a articulação do governo no Congresso Nacional é "inexistente".

O POVO tentou falar José Guimarães, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria.

 

Votação da bancada cearense

Votação da derrubada de decretos de Lula

AJ Albuquerque (PP) - votou Sim

André Fernandes (PL) - votou Sim

André Figueiredo (PDT) - votou Não

Célio Studart (PSD) - votou Não

Danilo Forte (União Brasil) - não votou

Dayany Bittencourt (União) - votou Sim

Domingos Neto (PSD) - não votou

Dr. Jaziel (PL) - votou Sim

Eduardo Bismarck (PDT) - votou Não

Eunício Oliveira (MDB) - não votou

Fernanda Pessôa (União) - votou Sim

Idilvan Alencar (PDT) - votou Não

José Airton (PT) - votou Não

José Guimarães (PT) - votou Não

Júnior Mano (PL) - votou Sim

Leônidas Cristino (PDT) - votou Não

Luiz Gastão (PSD) - votou Sim

Luizianne Lins (PT) - votou Não

Matheus Noronha (PL) - votou Sim

Mauro Filho (PDT) - votou Não

Moses Rodrigues (União) - votou Sim

Yury do Paredão (PL) - ausente

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