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Ciro fala do governo Lula pela 1ª vez, critica arcabouço e diz que petista "nunca quis mudar"
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Ciro fala do governo Lula pela 1ª vez, critica arcabouço e diz que petista "nunca quis mudar"

Pedetista fez palestra na Universidade de Lisboa nesta sexta-feira, em rara manifestação após a eleição
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CIRO Gomes ministrou palestra em Lisboa:
Foto: Samuel Setubal CIRO Gomes ministrou palestra em Lisboa: "Candidato, neste momento, eu não gostaria de ser mais não"

Ciro Gomes (PDT), ex-governador do Ceará e ex-ministro, fez uma palestra na Universidade de Lisboa, em Portugal nesta sexta-feira, 12, sobre as perspectivas políticas no Brasil. Pela primeira vez desde a posse do novo governo, ele fez críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e à proposta de novo arcabouço fiscal, que será votada no Congresso Nacional.

Ao falar sobre Lula, Ciro afirmou que o presidente é responsável pelo “reacionarismo dominante hoje no Brasil”. Desde as eleições do ano passado, quando foi quarto colocado, Ciro tem feito raras manifestações políticas.

“Você conhece o Estatuto de Autonomia do Banco Central do Brasil? Sabe que dia foi votado? Foi votado por votação virtual, que é ilegal, em plena pandemia e sem discussão com ninguém. Cadê a representação pela inconstitucionalidade desta lei? Que o Governo, com a força e a liderança que tem, como conseguiu a liminar de Gilmar Mendes... o Lula nunca quis mudar, não tem compromisso com a mudança do Brasil, é o responsável pelo reacionarismo dominante hoje no Brasil, porque ele ganha com isso”, disse.

Ciro Gomes ainda afirmou considerar o novo marco fiscal um “arrocho absoluto”. “Quero saber se é justo que a gente faça um novo teto de gastos, com o nome arcabouço fiscal, um arrocho absoluto na taxa de investimento. Sabe qual é a taxa de investimento do Brasil hoje? A menor da história. Da União federal remanesce para investimento 0,75 de 1%. E isso significa ao redor de 24 bilhões, que é nada”, afirmou.

O ex-candidato à Presidência da República ainda comparou as ações de Lula às do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “Se não é assim: o Bolsonaro fazia o orçamento secreto e isso era uma abominação, o Lula faz e é pragmatismo político, o que que nós estamos ensinando para o jovem brasileiro?”, afirmou.

O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) também foi citado na palestra de Ciro. “Há uns três, quatro anos, o herói e a chibata moral era o Moro, sabe, flagrante picareta. Pronto, falei. Hoje senador da República eleito e eu tô aqui falando sozinho, me ajuda cara. Caramba, o Lula foi parar na cadeia, será possível que não aprendemos nada ou nós acreditamos que o Lula foi inocentado? Ele não foi inocentado”.

Prosseguiu o ex-ministro: "O Lula teve direito a presunção de inocência restaurada e é diferente de ser inocentado no julgamento. Por quê? Por que o devido processo legal ele nunca teve e eu denunciei na primeira hora. Eu me propus a homiziar o Lula, junto com a comissão de juristas, se ele fosse ilegalmente preso, então ninguém me confunda”, acrescentou o pedetista.

Em cerca de duas horas de palestra, Ciro também criticou o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), por indicar Gabriel Galípolo, secretário-executivo do Ministério da Fazenda, para o Banco Central.

“Esta demissão (do Campos Neto) tem que ser provocada pelo Conselho Monetário Nacional. Quem é? É o governo, é o ministro da Fazenda completamente entregue à banqueirada, que está indicando um banqueiro para direção nova do Banco Central, se chama Galípolo”, disse.

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