Logo O POVO+
Relator, Fachin vota para condenar Collor a 33 anos de prisão
Politica

Relator, Fachin vota para condenar Collor a 33 anos de prisão

Ex-presidente é acusado de receber propinas em contratos da BR Distribuidora. Ele nega. Placar da sessão que será retomada hoje está 2 a 0 após voto de Moraes
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
COLLOR nega as acusações (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado COLLOR nega as acusações

O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou ontem para condenar o ex-presidente Fernando Collor a 33 anos, dez meses e dez dias de prisão em regime inicial fechado em uma ação aberta a partir de investigações da Operação Lava Jato. Collor foi acusado de receber propinas da UTC Engenharia em contratos da BR Distribuidora. Ele nega as acusações.

A denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) afirma que, entre 2010 e 2014, quando era senador, Collor usou a influência política para nomear aliados a diretorias estratégicas da BR. O objetivo seria viabilizar o esquema de direcionamento de contratos em troca de "comissões" supostamente pagas pela UTC.

Os contratos direcionados envolveriam obras nos terminais de distribuição de Duque de Caxias (RJ), Manaus (AM), Caracaraí (RR), Oriximiná (PA), Cruzeiro do Sul (AC) e Porto Nacional (TO)

Como relator do processo, Fachin abriu os votos. Ele afirmou que o ex-presidente tem uma longa carreira política, o que, na avaliação de Fachin, torna as acusações mais graves. "A transgressão da lei por parte de quem usualmente é depositário da confiança popular para o exercício do poder enseja juízo de reprovação muito mais intenso", afirmou.

O ministro enumerou e-mails, anotações apreendidas pela Polícia Federal na casa de Collor em Brasília, registros de entrada do então senador na sede da BR, comprovantes de depósito encontrados no escritório do doleiro Alberto Youssef, além das delações do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, e do dono da UTC Ricardo Pessoa.

"Os conteúdos demonstram que ele (Collor) detinha informações detalhadas a respeito dos negócios firmados", concluiu Fachin.

O ex-ministro Pedro Paulo Bergamaschi e o operador Luís Pereira Duarte de Amorim também são réus no processo. Para eles, Fachin votou pela condenação a oito anos e um mês, e 16 anos e dez meses de reclusão, respectivamente.

Devolução

O ministro ainda defendeu que Collor, Bergamaschi e Amorim sejam condenados e devolver o montante de R$ 20 milhões - o equivalente ao dinheiro supostamente desviado.

O ministro Alexandre de Moraes também votou para condená-los. A sessão foi encerrada ontem com dois votos pela condenação. O julgamento será retomado hoje.

O que você achou desse conteúdo?