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CPI do MST começa com troca de insultos e provocações
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CPI do MST começa com troca de insultos e provocações

Esvaziada de debates, sessão foi marcada por acusações e insultos. Ricardo Salles promete fazer representação ao Conselho de Ética contra deputada Talíria Petrone
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PRIMEIRA sessão da CPI do MST foi esvaziada de debates (Foto: Lula Marques/ Agência Brasil)
Foto: Lula Marques/ Agência Brasil PRIMEIRA sessão da CPI do MST foi esvaziada de debates

A Câmara dos Deputados registrou ontem mais um episódio de ataques, discussões e insultos trocados entre apoiadores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O palco desta vez foi a sessão de abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Movimento dos Sem Terra (MST).

Parlamentares governistas fizeram acusações ao presidente e ao relator da CPI - Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS) e Ricardo Salles (PL-SP), respectivamente -, enquanto oposicionistas mantiveram a ofensiva contra o MST, cujos integrantes foram chamados de "marginais", "bandidos" e "terroristas". Foram diversas questões de ordem, quando os parlamentares questionam sobre possível descumprimento regimental.

A deputada Talíria Petrone (Psol-RJ) fez acusações a Salles. "Cresceu mais de 70% a violência no campo. Tem a ver com grilagem, com madeireiros, com garimpo ilegal. Aliás, crimes que têm o envolvimento do próprio relator, hoje investigado pela Polícia Federal", disse a parlamentar.

Salles, que permaneceu calado durante a maior parte da sessão, pediu a extração das falas para fazer uma representação no Conselho de Ética. "Alguns parlamentares da esquerda utilizam o discurso da democracia, mas, quando se comportam dessa forma, acham que tem uma licença poética para dizer barbaridades", afirmou o relator

Sâmia Bomfim (Psol-SP) leu uma notícia segundo a qual o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou que a PF investigue Tenente Coronel Zucco por atos antidemocráticos. A Polícia Civil do Rio Grande do Sul indiciou o deputado como incentivador de protestos bolsonaristas contra o resultado das eleições presidenciais no ano passado.

A deputada teve a fala interrompida por Zucco. Foi um dos vários episódios de confusão generalizada ao longo da sessão. "Não tem como não politizar a CPI", disse Zucco.

Delegado Éder Mauro (PL-PA) fez um discurso com gritos, chamando integrantes do MST de "marginais" e "bandidos". Foi interpelado por Sâmia, que afirmou que "marginal é quem defende torturador". "Eu não admito isso. Eu não sou marginal", disse Valmir Assunção (PT-BA), que bateu na mesa em protesto.

Caroline de Toni (PL-SC) falou em "hipocrisia" ao citar o fato de deputados favoráveis ao MST "terem bolsas da Louis Vuitton" e não doarem recursos aos mais pobres. Ela ainda chamou os jovens que acompanhavam a sessão de "doutrinados".

Deputados petistas levaram para a sessão produtos do MST. Salles tomou um gole de um suco de uva tinto orgânico que recebeu de Camila Jara (PT-MS). Marcon (PT-RS), por sua vez, distribuiu a parlamentares apoiadores de Bolsonaro um saco de arroz.

 

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