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Ciro elogia RC, critica Lula e anuncia que "apetite eleitoral já acabou"
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Ciro elogia RC, critica Lula e anuncia que "apetite eleitoral já acabou"

| Palestra | Em agenda na CDL, Ciro Gomes fez críticas a Lula e disse que país está em "processo grave de destruição"
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Ciro Gomes (PDT) (Foto: AURÉLIO ALVES)
Foto: AURÉLIO ALVES Ciro Gomes (PDT)

Em pouco mais de uma hora de palestra na Câmara dos Dirigentes Lojistas na noite de ontem, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) distribuiu elogios a Roberto Cláudio, criticou a gestão de Lula e anunciou que seu "apetite eleitoral já acabou".

"Meu ciclo eleitoral, meu apetite eleitoral já acabou", disse o ex-candidato à Presidência, que concorreu ao Planalto pela quarta vez em 2022.

Num balanço do período que se seguiu ao fim das eleições do ano passado, Ciro declarou também que se retirou do cenário para "lamber as feridas e sarar as machucaduras, que não foram pequenas", numa alusão tanto ao resultado do pleito quanto às divergências que acabaram por afastá-lo dos irmãos Cid e Ivo Gomes.

No evento, ao qual foi convidado para tratar de economia, Ciro fez ampla análise da conjuntura nacional, mas sem deixar de lado o cenário político e eleitoral local.

Ainda nos agradecimentos, por exemplo, definiu RC como "um administrador sem par" e "maior prefeito que a história de Fortaleza já registrou", no que foi interpelado, em tom de brincadeira, por José Sarto (PDT), atual mandatário - o chefe do Executivo municipal integrava a mesa de debates.

Ciro então respondeu: "O Roberto teve dois mandatos, você tem uma boa chance, só não é fácil". Em seguida, reconheceu o trabalho feito pelo prefeito, considerando-o "extraordinário", mas "muitas vezes com uma discrição que eu acho que está errada".

Sobre a corrida eleitoral que se aproxima na capital cearense, o ex-candidato a presidente advertiu que "Fortaleza não pode cair de volta em demagogia", sem citar nomes. Até agora, apenas Capitão Wagner (União Brasil) e André Fernandes (PL) indicaram que devem participar da disputa pelo Paço.

Além de Sarto e RC, estava presente à agenda na CDL quase todo o núcleo pedetista e aliados vinculados ao "cirismo": Élcio Batista (PSDB), vice-prefeito; Elpídio Nogueira, secretário da Cultura; Gardel Rolim, presidente da Câmara; Adail Júnior, vereador de Fortaleza; e Antônio Henrique, deputado estadual.

Mauro Filho (PDT), deputado federal e ex-secretário da Fazenda, compôs a mesa ao lado de representantes da entidade e de outros segmentos empresariais cearenses.

Desde que voltou ao Brasil após período de férias, Ciro se manteve por algum tempo sem se manifestar sobre a gestão de Lula. Nessa quinta-feira, 15, no entanto, o ex-governador compensou esses meses durante os quais havia estado em silêncio.

Da economia às articulações com o Congresso, passando por política monetária e pela relação com o Banco Central, Ciro fez uma síntese desfavorável ao Planalto.

"O Executivo brasileiro morreu. O escândalo de 2024 já está sendo praticado hoje, o delay é só a atenção da imprensa. Na Codevasf, está todo mundo roubando igualzinho", afirmou.

Noutro momento, referindo-se a "um tal de Lira" e ao acúmulo de poder no Legislativo atualmente, postulou que é preciso enfrentar esse desafio preparando "uma nova institucionalidade para desarmar essa bomba".

"Criar mecanismos de superação de impasse, por exemplo", sugeriu, "um grande fórum de governadores e prefeitos para mediar a relação com o Congresso. Isso tinha que ser feito ontem".

Já no encerramento da palestra, em rápida conversa com O POVO, Ciro fez ressalvas à política de barateamento de veículos automotivos no Brasil, que tem sido encabeçada pelo Governo Federal.

"Essa promoção de venda vergonhosa (de carro popular) paga duas vezes todas as cirurgias eletivas que estão pendentes", projetou o pedetista, que deixou o espaço sem falar sobre a política cearense.

 

Ceará

Na agenda em Fortaleza, Ciro Gomes evitou críticas ao governador Elmano de Freitas (PT), não mencionado em suas falas, que se centraram no cenário nacional e no governo Lula

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