O ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT), líder da ala do partido que faz oposição ao governador Elmano de Freitas (PT), comentou o desempenho da gestão que está prestes a completar seis meses à frente do Executivo estadual.
Roberto disse que os números são "frágeis" e questionou a execução dos investimentos no primeiro quadrimestre. "Demonstra uma situação fiscal, que eu tenho alertado, grave ou uma enorme incapacidade executiva, ou ambos", comentou. RC questionou ações efetivas da gestão Elmano.
"Em seis meses o que, de fato, aconteceu? O programa de cirurgias, ações de segurança, a gratuidade intermunicipal. Até agora não tem nada de concreto. Claro, são apenas seis meses, é um alerta (...) Eu já fui governo e o primeiro ano de governo só acontece uma vez, é um tempo que a imprensa, a oposição, os aliados, dão uma trégua. A paciência é maior. Acho que o governo está sem eixo", completou.
Para o deputado Queiroz Filho (PDT), aliado de RC, há "lentidão" na execução de ações e "pressa" na aprovação de matérias no Legislativo. "Temos observado na Assembleia Legislativa do Ceará uma pressa para a aprovação de matérias de interesse da gestão, com pouco ou nenhum debate entre membros da oposição ou até mesmo da base. A sensação é de um governo lento e sem capacidade executiva, que ainda não encontrou o seu eixo nesse primeiro semestre", comenta o deputado.
Queiroz expressou ainda preocupação com os dados consolidados de investimentos nos quatro primeiros meses do ano. "O fato de menos de 10% da dotação prevista para investimentos ter sido executada é preocupante se tratando de um governo que se apresenta como de continuidade. Ou há uma severa crise fiscal ou, definitivamente, o governo demonstra muitas fragilidades gerenciais", complementa.
O pedetista critica ainda parte da execução de ações que foram promessas de campanha e obras paralisadas. "Ações prometidas não tiveram início efetivo, como por exemplo, o Plano Estadual de Redução das Filas de Cirurgias Eletivas. Vemos uma infinidade de obras paralisadas, tanto na capital como no interior, e nenhuma nova ação relevante nas áreas da educação e segurança pública", conclui.
De acordo com a Secretaria da Saúde (Sesa), o programa de redução de filas de cirurgia realizou 1.017 cirurgias eletivas desde o lançamento, em abril deste ano. O número refere-se ao compilado até o dia 16 de junho. No Ceará, cerca de 45 mil pessoas aguardam na fila por algum procedimento.
A previsão é de que o plano federal de redução de filas aporte R$ 25,9 milhões para as cirurgias, com o complemento de cerca de R$ 8 milhões, no Ceará. Com esta verba, será possível realizar 15,9 mil procedimentos de 141 tipos diferentes. Já o plano estadual prevê quase R$ 75 milhões para realização de 29 mil cirurgias de 241 tipos. (Vítor Magalhães)