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Em meio a impasse sobre comando do PDT, Lupi vai se reunir com Camilo
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Em meio a impasse sobre comando do PDT, Lupi vai se reunir com Camilo

| Ceará | Dirigente pedetista deve encontrar Camilo semana que vem para discutir termos de entrada formal do PDT na base de Elmano
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CID reuniu pedetistas próximos a ele no partido (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação CID reuniu pedetistas próximos a ele no partido

Presidente licenciado do PDT nacional, o ministro Carlos Lupi (Previdência) vai se reunir com o também ministro Camilo Santana (Educação) para discutir o impasse sobre o comando do PDT no Ceará.

De acordo com o deputado federal Eduardo Bismarck (PDT), representante de uma comissão formada para acompanhar o processo, Lupi tem agenda prevista com Camilo já na semana que vem.

"Ele disse que procuraria o Camilo, juntamente com André Figueiredo, para buscar entendimento sobre a ida do PDT para a base do governo Elmano em sua totalidade", afirmou Bismarck após conversa ontem entre membros da comissão e o ministro, num hotel em Fortaleza.

Ainda conforme o pedetista, "num segundo momento, Lupi procuraria Elmano junto com o ministro Camilo para poder tratar da ida do PDT para a base".

A intenção, acrescentou Bismarck, é tentar contornar divergências que se abriram no diretório do partido no estado, cujo comando é hoje disputado entre o senador Cid Gomes e o deputado André Figueiredo, atual mandatário.

O objetivo dessa rodada seria pacificar os termos de uma possível adesão do PDT cearense à gestão petista, principal demanda da ala da agremiação trabalhista ligada a Cid.

Esse movimento, porém, enfrenta forte resistência do grupo do qual Figueiredo faz parte, que inclui o ex-presidenciável Ciro Gomes, o ex-prefeito Roberto Cláudio e o chefe do Executivo de Fortaleza, José Sarto, candidato à reeleição em 2024, mas que não tem apoio nem de Cid nem de Elmano.

Nessa segunda-feira, 26, Lupi viajou às pressas à capital cearense para debelar uma crise que vinha ganhando proporções maiores desde a última quinta-feira, 22, primeiro dia do encontro regional do PDT na cidade.

No evento local, RC e Ciro se manifestaram publicamente pela permanência de Figueiredo à frente do diretório do partido. O ex-ministro chegou a declarar que o dirigente sofria oposição não por seus defeitos, mas por suas qualidades.

RC foi além e classificou os gestos de Cid como "uma indisfarçável tentativa de golpe", fazendo o enfrentamento interno escalar ainda mais.

A resposta de Cid veio ontem, em reunião de aliados que congregou prefeitos, vereadores, deputados estaduais e federais, além de outras lideranças trabalhistas.

Ao final, a assembleia "cidista" aprovou a convocação do diretório estadual do PDT para o dia 7 de julho - apenas essa instância partidária pode alterar a composição da executiva, destituindo, se entender necessário, o presidente da legenda.

"O que nós desejamos é que, passadas as eleições, o partido se realinhe, sinta e ouça qual é o sentimento majoritário e que sua direção possa expressar esse sentimento. Isso é a democracia. Uma direção partidária deve expressar o sentimento da maioria dos componentes do partido", argumentou Cid em coletiva de imprensa.

Da programação, que foi realizada no auditório do edifício comercial BS Design, no bairro Aldeota, o senador seguiu para sentar à mesa com Lupi e Figueiredo.

Questionado pela reportagem se mantinha a disposição de presidir o PDT no Ceará, Cid alegou que está "sendo solicitado" pelos companheiros de agremiação.

"Eu estou sendo solicitado, demandado. Muita gente entende que eu sou a pessoa que pode ajudá-los nessa hora difícil pela qual filiados do partido estão passando. É desagradável pra mim. Eu não estou pleiteando presidência, isso não é nenhum troféu. O que eu quero é que o partido esteja bem e que a gente compreenda que a nossa luta deve ser para fora, e não uma luta fratricida", ponderou o ex-governador.

Leia mais em ÉRICO FIRMO, página 9

"Não existe motivação para mudar a executiva do PDT"

Presidente do PDT no estado, o deputado federal André Figueiredo criticou ontem o movimento que pretende destituí-lo do comando da legenda no Ceará, encabeçado pelo senador Cid Gomes.

"Nós temos até dezembro para abrir espaços de diálogo e construirmos um caminho. Qualquer movimentação antes que isso é injustificável, até porque, para destituir uma executiva eleita, precisa de fato muito grave. E não existe esse fato, muito pelo contrário", afirmou em conversa com O POVO.

Figueiredo, Cid e Carlos Lupi, ministro da Previdência e presidente licenciado do PDT, tiveram uma reunião no final da noite dessa segunda-feira, 26, logo depois de encontro liderado pelo ex-governador e aliados.

À reportagem, o deputado assegurou que "Lupi tem absoluta convicção de que mandato (de dirigente) tem que ser respeitado".

"Não sei do ponto de vista do Cid, mas Lupi tem absoluta convicção de que mandato tem que ser respeitado. A gente sempre primou pela fidelidade ao partido. Não podem nos acusar de jeito nenhum de estarmos contra os princípios do partido", respondeu.

Questionado se via alguma motivação para que o grupo de Cid tenha aprovado documento para convocar reunião e afastá-lo da presidência do PDT, Figueiredo acrescentou: "Lógico que não tem motivação, precisa mandar um processo para a comissão de ética".

Em seguida, o parlamentar declarou que não podem querer tirá-lo do cargo de chefe da executiva da legenda trabalhista "por conta das conveniências políticas".

"Esperamos que o bom-senso prevaleça. O Lupi deixou muito claro que não existe motivação nenhuma para mudar a executiva do partido no Ceará", complementou. (Henrique Araújo)

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