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Ex-bolsonarista indicado por Lula diz que segue conservador, mas "amadureceu"
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Ex-bolsonarista indicado por Lula diz que segue conservador, mas "amadureceu"

Heitor Freire admite ter tido "atitudes extremas e infantis", mas diz não ter constrangimento em integrar gestão Lula: "Governo agora é Brasil"
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FREIRE agora ocupa cargo na Sudene, na gestão Lula (Foto: Samuel Setubal)
Foto: Samuel Setubal FREIRE agora ocupa cargo na Sudene, na gestão Lula

Alvo de polêmica após assumir cargo de direção na Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), o ex-deputado e ex-bolsonarista Heitor Freire (União Brasil) negou nesta terça-feira, 18, que tenha deixado de ser conservador, mas admitiu que se arrependeu de “atitudes extremas e infantis” que teria tomado durante mandato na Câmara dos Deputados.

“Eu sou conservador, não mudei meus princípios e meus valores continuam os mesmos. Agora, acho que algumas atitudes que eu tive foram erradas, extremas, até pedi desculpas quanto algumas delas, que não teria mais hoje. Não só porque estou ocupando esse cargo não, mas realmente porque o ser humano evolui, amadurece e eu amadureci”, disse Heitor, que exerceu mandato de deputado federal de 2019 até o início deste ano.

Eleito em 2018 como “o federal do Bolsonaro” no Ceará, Heitor tomou posse com um livro do torturador Carlos Brilhante Ustra e tinha atuação marcada por forte antipetismo, chegando inclusive a defender que o Partido dos Trabalhadores fosse extinto em ação na Justiça. O “histórico” acabou gerando revolta no início do ano, quando o ex-deputado foi indicado pela nacional do União Brasil para comandar diretoria da Sudene.

“Algumas atitudes minhas acredito que foram infantis e não repetiria, pedi desculpas até. E algumas outras a gente melhora a cada dia”, diz.

Nesse sentido, Freire diz se desculpar inclusive com a ex-prefeita Luizianne Lins (PT), a quem chamou de “a pior prefeita da história de Fortaleza” durante a campanha eleitoral de 2020, quando também concorreu a prefeito. “O Sarto hoje é muito pior”, diz.

“O governo agora é Brasil”

O ex-deputado nega ainda qualquer constrangimento pessoal em ocupar hoje cargo no governo Lula, que tanto atacou. “O governo é Brasil e a gente tem que parar com essa guerra interna, essa guerra civil que o Brasil viveu algum tempo. Agora é trabalhar para aliviar o sofrimento do nosso povo, trazer emprego e renda”, afirma.

Freire também destaca que já está afastado do bolsonarismo desde 2019, quando o ex-presidente rompeu com o comando nacional do PSL. “Eu não sou bolsonarista, no racha do PSL e do Bolsonaro, lá em 2019, eu fiquei do lado do partido, do lado do PSL e do Luciano Bivar”, diz, afirmando ainda que ocupa uma vaga “técnica” no governo.

“É uma vaga que trata com o que eu sempre estudei, trabalhei. Sempre fui do mercado financeiro, da área de bancos, e meu currículo não foi empurrado goela abaixo, teve uma análise dos meus diplomas, do meu histórico profissional”, diz.

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