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Hacker é condenado a 20 anos de prisão por invadir conversas da Lava Jato
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Hacker é condenado a 20 anos de prisão por invadir conversas da Lava Jato

Sentença assinada ontem atinge Walter Delgatti Neto e outros cinco alvos da Operação Spoofing: Gustavo Henrique Elias Santos, Thiago Eliezer Martins Santos, Suelen Priscila de Oliveira, Danilo Cristiano Marques e Luiz Henrique Molição
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DELGATTI prestou depoimento à CPMI dos Atos Golpistas (Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado)
Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado DELGATTI prestou depoimento à CPMI dos Atos Golpistas

O juiz Ricardo Augusto Soares Leite, da 10 ª Vara Federal Criminal de Brasília, condenou ontem o hacker Walter Delgatti Neto, o "Vermelho", no âmbito da Operação Spoofing - apuração sobre a invasão de mensagens de autoridades como o ex-juiz Sergio Moro e os procuradores da antiga força-tarefa da Operação Lava Jato. Agora um dos elementos centrais das investigações que atingem o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados, Delgatti foi sentenciado a 20 anos e 1 mês de reclusão e a 736 dias-multa.

A decisão abarca outros cinco investigados da Spoofing: Gustavo Henrique Elias Santos, Luiz Henrique Molição, Thiago Eliezer Martins Santos, Suelen Priscila de Oliveira e Danilo Cristiano Marques.

O juiz trata Delgatti como "líder da organização criminosa". Segundo Leite, o hacker usou de facilidades que cada um dos outros réus poderia lhe proporcionar, "situação que contribuiu para o sucesso da atividade criminosa".

O juiz da 10ª Vara Federal Criminal de Brasília apontou "comprovação de materialidade e autoria" do crime de invasão de dispositivo informático, "fato por ele confessado e que encontra respaldo probatório pela investigação realizada pela Polícia Federal". Delgatti também foi condenado por crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Brecha

Leite destacou que o próprio acusado relatou "ter obtido o código de acesso da conta de aplicativo do Telegram do então ministro da Justiça, Sergio Moro". O magistrado indicou como laudo da Polícia Federal comprovou que "foi explorada brecha no sistema de telefonia móvel, aliada a um esforço de engenharia social para acessar, de maneira ilícita, o histórico de mensagens das vítimas".

O juiz narrou como os investigadores identificaram 176 atalhos encontrados no computador do hacker relativos a interceptações de comunicações telefônicas. Segundo o magistrado, de tais links, 110 estavam ativos, viabilizando até a criação de mensagens em nome da pessoa que teve o aplicativo invadido.

"O próprio Walter admitiu a autoria tanto na fase judicial quanto na extrajudicial. A condenação é medida que se impõe." As defesas dos condenados não haviam se manifestado até a publicação deste texto.

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