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Grupos de Cid e André têm reunião que pode decidir futuro do PDT no Ceará
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Grupos de Cid e André têm reunião que pode decidir futuro do PDT no Ceará

| Direção | Encontro nacional do partido coloca frente a frente alas do PDT que disputam comando estadual da sigla
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Cid Gomes e André Figueiredo travaram batalha pelo comando do PDT no Ceará; Flávio Torres (mais à esquerda) deve assumir comando da comissão provisória pedetista no Ceará (Foto: Assessoria Cid Gomes/divulgação)
Foto: Assessoria Cid Gomes/divulgação Cid Gomes e André Figueiredo travaram batalha pelo comando do PDT no Ceará; Flávio Torres (mais à esquerda) deve assumir comando da comissão provisória pedetista no Ceará

Os grupos do senador Cid Gomes e do deputado federal André Figueiredo se enfrentam hoje em reunião da executiva nacional do PDT que pode definir o futuro do diretório do partido no Ceará.

Convocada por Figueiredo duas semanas atrás, logo depois de decisão judicial que assegurou validade do encontro que elegeu Cid como novo presidente estadual da sigla, a agenda deve discutir, entre outras pautas, o impasse em torno do comando partidário no âmbito local.

À frente do PDT nacional interinamente (o titular, Carlos Lupi, integra o governo Lula), o deputado confirmou que a executiva se agrupa a partir das 14 horas, no Rio de Janeiro, no formato presencial e híbrido, de modo a contemplar quem não puder se deslocar até a cidade.

Alas pedetistas ligadas tanto a Cid quanto a Figueiredo estarão presentes nas duas modalidades. Um trabalhista com mandato informou ao O POVO que caravana "cidista" tinha chegada estimada ainda para a noite de ontem e que seria recepcionada pelo ex-deputado Gony Arruda.

Entre aliados do senador, há preocupação em relação ao andamento dos debates na cúpula. Para eles, o receio é de que seja colocada em votação no colegiado alguma medida de intervenção no diretório comandado pelo ex-governador.

Desde julho deste ano, Cid e Figueiredo travam uma queda de braço sobre os rumos do PDT cearense. Naquele mês, os correligionários até ensaiaram um acordo que previa alternância na direção da agremiação, pondo momentaneamente fim ao impasse.

Essa trégua, confirmada publicamente por ambos, foi costurada com ajuda de Lupi, que viajou às pressas de Brasília para Fortaleza com o propósito de acalmar os ânimos na sequência de um acirramento da briga dentro do ninho brizolista.

O acerto apalavrado estabelecia que Cid seguiria como dirigente do PDT até dezembro. Depois desse prazo, Figueiredo, que ocupava o posto até então, retornaria à função com apoio do colega de partido.

Após série de desentendimentos, no entanto, o combinado se desfez, com Cid e Figueiredo acusando-se mutuamente de descumprir os termos do que havia sido pacificado entre eles.

Em meio a essas idas e vindas e a uma batalha de liminares na Justiça que ainda se arrasta, Cid obteve vitória, permanecendo como líder do PDT-CE. Figueiredo, a preço de hoje e com base no que determinou a votação levada a cabo na executiva estadual sob organização de Cid, não detém mais o controle da legenda localmente.

Esse cenário, porém, pode se alterar nesta sexta-feira, 26, no evento do qual participam filiados com representação parlamentar e chefes de diretórios em vários níveis, compondo um órgão mais amplo. Nele, Figueiredo, como presidente nacional, tem mais ascendência do que Cid, levando vantagem em situações de dissenso.

À reportagem, um deputado do PDT admitiu esperar qualquer resultado da reunião, "inclusive nenhum". Nesse caso, segundo ele, a executiva não decidiria nada sobre o quadro de instabilidade no Ceará, hipótese em que Cid sairia novamente vitorioso, já que a manutenção da atual configuração o favorece no partido.

Outro pedetista declinou uma avaliação contrária, manifestando convicção de que a executiva nacional deve deliberar sobre as disputas regionais, encerrando as tensões e restabelecendo a linha de poder, com Figueiredo ou alguém próximo dele de volta à presidência do PDT.

O próprio deputado federal já tentou caminho parecido quando, no início do mês, a direção estadual da agremiação foi dissolvida e seus integrantes - Cid entre eles -, inativados. Em seu lugar, foi instituída uma comissão provisória, a cargo de Cristhina Brasil.

Essa ação seria posteriormente revertida pelo bloco cidista, que, por enquanto, tem conseguido se sobrepor ao de Figueiredo amparado na esfera jurídica.

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