O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ministros e líderes do governo no Congresso comemoraram nas redes sociais neste domingo, 12, a chegada ao Egito dos brasileiros que estavam presos na Faixa de Gaza, em meio à guerra entre o grupo terrorista Hamas e Israel. O resgate dos brasileiros se tornou nos últimos dias uma disputa política após o ex-presidente Jair Bolsonaro se reunir com o embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, e apoiadores tentarem atribuir a ele o fato de as negociações terem destravado.
"Parabéns para o Itamaraty e a FAB pela dedicação e competência exemplares na Operação Voltando em Paz, que buscou e acolheu os brasileiros que vivem na região do conflito e desejavam retornar ao Brasil", escreveu Lula, no X (antigo Twitter).
Ministros como Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação), Márcio Macedo (Secretaria de Governo) e Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública), além de líderes do governo e do PT no Congresso comentaram o assunto nas redes sociais e mandaram recados para a oposição. "Quem está torcendo contra as iniciativas do governo federal só tem a perder!", disse Padilha, após parabenizar Lula e o Itamaraty pelo resgate dos brasileiros.
Líder do governo na Câmara, o cearense José Guimarães (PT) fez questão de reforçar que Lula tratou da proteção dos brasileiros diretamente com os chefes de Estado dos países da região do conflito e colocou um avião presidencial à disposição para o resgate. "O Brasil precisa reconhecer a competência da diplomacia brasileira nesses momentos cruciais na defesa do nosso país. O diálogo e a pressão na medida para a repatriação dos brasileiros que estavam na Faixa de Gaza é exemplo para o mundo", afirmou o petista.
"Continuaremos trabalhando pelo cessar fogo imediato, a libertação de reféns e a entrada de ajuda humanitária", disse Pimenta, após parabenizar Lula, o Itamaraty e a FAB pela ação coordenada. Líder do PT na Câmara, Zeca Dirceu (PR) destacou o "esforço" do presidente da República e da diplomacia brasileira. Líder do partido no Senado, Jaques Wagner (BA) afirmou que Lula foi "incansável", desde os primeiros dias do conflito, para que os brasileiros retornassem com segurança.
Na última quarta-feira, 8, Bolsonaro se reuniu na Câmara com deputados do PL e o embaixador israelense no Brasil, Daniel Zonshine, que mostrou vídeos de atrocidades cometidas pelo Hamas na guerra. Depois do encontro, bolsonaristas começaram a atribuir ao ex-presidente o andamento das negociações para a retirada dos brasileiros de Gaza.
"Quando temos um pigmeu diplomático no poder os outros é que têm que fazer o serviço dele. Nem a proximidade (ou seria amizade?) de Lula e seu assessor Celso Amorim com os terroristas do Hamas serviu para algo", escreveu o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) no X, ao publicar declarações de Bolsonaro de que teria intermediado a saída dos brasileiros da região de conflito.
A ofensiva bolsonarista foi rebatida pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann, que também criticou o embaixador de Israel. "É nojenta a maneira como Bolsonaro e seus aliados tentam se aproveitar do drama dos brasileiros (as) ameaçados pelo massacre da população civil de Gaza", escreveu a petista no X.
"34 brasileiros e brasileiras, a metade crianças, seguem retidos na fronteira com o Egito, e Ciro Nogueira vem mentir que Jair Bolsonaro teria negociado sua libertação com o embaixador de Israel no Brasil. Se isso fosse verdade, seria uma confissão de que os brasileiros foram tratados como reféns de uma articulação política entre Bolsonaro e o embaixador de Israel", emendou Gleisi.