Presidente nacional em exercício do PDT, André Figueiredo minimiza impactos da debandada do partido liderada pelo senador Cid Gomes (PDT). No cenário mais pessimista para o grupo do deputado federal no partido, a agremiação ficaria com três deputados estaduais, a Prefeitura de Fortaleza e de demais municípios ainda não quantificados, um deputado federal, "um ex-prefeito do naipe de Roberto Cláudio" e "um grande quadro da política nacional do naipe de Ciro Gomes".
"Então, o PDT está muito bem. Pode caber num Fusca, numa Kombi, mas é melhor numa Kombi com todo mundo se confraternizando do que num trem descarrilhado que não sabe em qual estação vai parar, com todo mundo brigando dentro", comparou Figueiredo em entrevista à Rádio O POVO CBN, na tarde desta segunda-feira, 13.
A referência automotiva de Figueiredo é a uma fala da deputada estadual Lia Gomes (PDT), irmã Cid e Ciro que escolheu ficar ao lado do senador na disputa pedetista que e afirmou que poucos restarão no partido em caso de debandada.
"Penso que o André quer hoje que o grupo majoritário, sem se importar se o PDT vai ficar para caber dentro de um Fusca, mas se couber dentro de um Fusca, será por esse grupinho de três deputados estaduais, um federal e um prefeito. O partido que é o maior do Estado passaria a caber dentro de um Fusca. Mas esse fusca seria 100% dominado por ele", afirmou Lia no início de outubro.
O deputado afirmou que a convocatória de Cid aos prefeitos para que estejam no Hotel Grand Marquise, às 15 horas desta terça-feira, 14, é um ato que remonta ao período do coronelismo. "Vários entraram em contato conosco, uma situação realmente lamentável, dizendo que quem ficar no PDT vai ter a inimizade do Governo do Estado. Isso é absolutamente repugnante, época dos mais perversos tempos do coronelismo na política."
E completou: "Faz parte. Eles têm direito. Só lamento que alguns deles vão sair por conta de uma pressão indevida. Outros não, vão porque realmente seguem a corrente do governo, porque são prefeitos que infelizmente não têm a compreensão de que um caminho político se faz não necessariamente só aderindo ao governo que está no poder".
Na mesma entrevista, Figueiredo disse não ver mais Cid dentro do PDT. "O que ele está fazendo é destruir o partido, seja na imagem negativa nos noticiários, seja na pressão indevida sobre nossos parlamentares e nossos prefeitos. Então, não tem mais como ele ficar", afirmou.
Sobre os comentários que se referem a ele, Figueiredo, como "dono do PDT", o deputado se reportou ao ano de 2015. Foi o ano em que Cid e Ciro Gomes entraram no PDT.
"Me falaram, Maísa, que eu sou o dono do partido, mas oito anos atrás eu era o presidente do partido e não hesitei em receber de braços abertos um grupo que é muito maior do que o meu, porque tinha uma esperança de que desse grupo a gente pudesse fazer um caminho para o Estado do Ceará", disse, em referência à filiação de Cid e do grupo.
Ele acrescentou: "Confesso que me decepcionei, porque achava que nós éramos inclusive majoritários. Ano passado esse mesmo diretório que me destitui sem justificativa optou quase 70% pela candidatura do Roberto Cláudio em respeito a 10 reuniões regionais que tinham sido realizadas."
Leia mais na página 8