Após secretários do Ministério da Justiça e Segurança Pública terem se reunido com Luciane Barbosa Farias, conhecida como “dama do tráfico amazonense”, parlamentares da oposição ao governo cobram abertura de investigação contra o ministro da Justiça, Flávio Dino, e já se articulam para a abertura de um pedido de impeachment.
O deputado federal Filipe Barros (PL-PR) afirmou nas redes sociais que Dino atentou contra “a segurança interna do país” e por isso irá entrar com pedido de destituição do ministro.
“Irei ingressar com pedido de impeachment contra Flavio Dino. Convido todos os deputados e senadores para assinarem. Ao receber a primeira-dama de facção criminosa no Ministério para terem diálogos cabulosos, Dino atenta contra a segurança interna do país - o que é causa expressa na lei para impeachment de ministro”, explicou. Dino nega que tenha recebido a mulher em seu gabinete.
Já o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ironizou e disse que os políticos da oposição “têm essa ‘mania feia’ de não achar normal um ministro ser tão íntimo do tráfico de drogas”.
Enquanto o irmão, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), publicou vídeo nas redes sociais com exibição de matérias sobre Dino e comentou que é “impossível que a ‘inteligência’ do Ministério” e que o ministro “não soubessem” das ligações de Luciane com o crime organizado.
“A dama do tráfico, recebida na antessala de Dino, é uma pessoa condenada, com ligações públicas e notórias com uma facção e que pediu uma reunião para falar justamente sobre cuidados com os presos dessa facção”, acusou.
Também do PL, o deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ) criticou Dino: “Seu Ministério é muito diligente em investigar adversários, mas não pôde identificar traficantes recebidos por autoridades da pasta?”
Na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara, o deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP) protocolou um pedido de convocação do ministro para que ele preste explicações sobre o caso da “dama do tráfico”. A solicitação deve ser votada na próxima semana.
Em sua defesa, Flávio Dino afirmou que nunca recebeu “em audiência no Ministério da Justiça, líder de facção criminosa, ou esposa, ou parente, ou vizinho”.
“De modo absurdo, simplesmente inventam a minha presença em uma audiência que não se realizou em meu gabinete”, finalizou.