Presidente da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), Evandro Leitão admitiu se sentir "em casa" dentro do PT, partido do governador Elmano de Freitas e do ministro Camilo Santana, dois aliados do parlamentar cuja saída definitiva do PDT pode se dar a qualquer momento.
"Aqui no PT sempre sou muito bem acolhido, eu me sinto em casa e muito à vontade", disse Evandro em entrevista ao O POVO no último sábado, 2, logo depois de participar de evento encabeçado por José Guimarães (PT).
Ao lado de líderes de peso do partido no Ceará, tais como a ex-prefeita e deputada Luizianne Lins e o próprio líder do governo Lula na Câmara, o chefe do Legislativo estadual integrou a mesa da plenária no sábado.
À reportagem, Evandro afirmou que era "motivo de muita satisfação estar aqui hoje (no sábado), não só pelo Guimarães, que é importante, mas também por diversos amigos e amigas que a vida política me deu".
Questionado se a sua presença no encontro da legenda significava a confirmação da tendência de filiação ao PT para concorrer à Prefeitura de Fortaleza em 2024, Evandro foi cauteloso.
"Estamos amadurecendo, conversando com nossas lideranças, com nossos liderados, para que a gente possa tomar uma decisão", respondeu, acrescentando que, por ora, preferia não cravar qualquer destino partidário antes de encerrar essa discussão.
"Muitas vezes", assinalou, "não depende somente da gente, depende de Deus e de uma série de estratégias".
Cotado para representar o bloco camilista na briga pela sucessão do prefeito José Sarto (PDT) no próximo pleito, Evandro é nome da predileção do ministro e do governador Elmano, com quem tem mantido agenda muito afinada.
O mais recente exemplo dessa sintonia foi a aprovação do projeto de lei que instituiu o passe livre rodoviário na Região Metropolitana de Fortaleza, cujo processo de tramitação e aprovação levou pouco tempo, sendo finalizado na última semana.
A emenda que garantiu a inclusão de Fortaleza no "VaiVem Livre", como a iniciativa é batizada, foi de autoria do presidente da Assembleia, em meio a pressão e cobrança de deputados da oposição, a exemplo de Queiroz Filho (PDT).
Caso se filie de fato ao PT, Evandro se juntaria a outros membros do partido que também postulam candidatura à Prefeitura.
Atualmente, há mais quatro interessados em se apresentar como opção eleitoral pelo bloco que dá sustentação a Elmano: além de Evandro e de Luizianne, estão no páreo, somente dentro do PT, Guilherme Sampaio, deputado estadual em exercício e presidente municipal da legenda, e a deputada estadual Larissa Gaspar.
Correndo por fora, está o ex-deputado Artur Bruno, que hoje faz parte do primeiro escalão da gestão do Abolição. Todos esses nomes passaram pela plenária na qual Guimarães fez balanço do seu mandato e das atividades desempenhadas como líder do governo.
Sobre a perspectiva de migração de partido, Evandro sinalizou que deve seguir caminho próprio ao desembarcar do PDT, independentemente dos rumos do grupo do senador Cid Gomes, também ele de malas prontas para deixar a agremiação trabalhista.
"Eu, sinceramente, gostaria muito de que a gente pudesse sair todos para o mesmo partido, mas a gente não pode prever", antecipou o deputado, para quem a decisão em relação a seu novo endereço político se baseará "naquilo que é melhor pra nós e sempre dialogando com nossas lideranças".