O ex-presidenciável Ciro Gomes (PDT) afirmou nesta segunda-feira, 4, que o ministro Camilo Santana (PT) está “tirando o tapete da Luizianne” dentro do partido.
De acordo com ele, o ex-governador teria ampliado sua influência no estado, estabelecendo controle de legendas como o PSB, hoje a cargo do ex-deputado Eudoro Santana, pai de Camilo.
Em 2022, a agremiação socialista apoiou a candidatura de Roberto Cláudio ao Governo do Estado contra Elmano de Freitas (PT), vencedor no pleito e aliado do chefe da pasta da Educação da gestão de Lula.
Neste ano, porém, o PSB passou ao arco de aliança do Abolição, juntando-se a outros partidos que já compunham o bloco da corrida passada.
Para Ciro, enquanto Eudoro capitaneia o PSB, “é Camilo no PT tirando o tapete da Luizianne”.
No último sábado, 2, como mostrou O POVO, a ex-prefeita e deputada federal Luizianne Lins participou da plenária realizada pelo líder do governo Lula na Câmara, José Guimarães.
Em discurso à militância e aos demais presentes, entre os quais estava o presidente da Assembleia Evandro Leitão (de saída do PDT), Luizianne reafirmou disposição para concorrer à Prefeitura em 2024.
Ainda filiado ao PDT, mas com ida garantida ao PT, segundo Guimarães, Evandro é cotado para representar o grupo que dá sustentação a Elmano na disputa pela sucessão de José Sarto (PDT) ano que vem.
Dentro do PT, no entanto, ainda há resistência a que um nome de fora do partido se filie já ungido como pré-candidato ao Executivo, situação inédita nas fileiras petistas.
Dos quatro possíveis petistas que postulam entrar na briga pelo Paço, Luizianne é a que tem se mostrado mais enfática na defesa de candidatura de um quadro genuinamente integrado ao partido de Lula e Elmano.
Durante o evento no fim de semana, a deputada chegou a mandar recados para Camilo e Evandro, elevando a temperatura também em relação a Elmano, com quem mantém relação política de longa data.
Dividindo uma mesa com o presidente da Assembleia e outros atores da legenda, a deputada perguntou: “Onde é que essas pessoas estavam quando Lula estava preso?”.
Ainda conforme Luizianne, logo depois de 2018, quando o ex-presidente havia sido alvo da Operação Lava Jato e a legenda tinha perdido as eleições para Jair Bolsonaro, “teve gente que queria se desfiliar do PT porque o Lula estava preso e tinha vergonha do Lula”.
Sem se referir a ninguém nominalmente, a ex-prefeita declarou que, com o retorno de Lula ao poder, houve procura renovada pelo PT por parte de “gente que tinha a ver” e de “gente que não tinha a ver” com as ideias do petismo.
“A gente sabe dizer muito bem onde a gente estava quando nós passamos a piores dificuldades, a dor e a delícia de governar. Eu sei onde nós estávamos”, prosseguiu a deputada, aplaudida por militantes.