O governador Elmano de Freitas (PT) participou nesta segunda-feira, 18, do 34º Encontro Estadual do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). No evento, o petista defendeu um trabalho de conscientização política e o lançamento de candidaturas de pessoas que compõem o movimento, em 2024, para disputar contra o bolsonarismo e a extrema direita e defender os projetos do seu governo e da gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O petista reforçou que a direita “quer voltar para aquilo que ela não fez, que é a destruição do PT, do MST” e de outros projetos da esquerda. “Mas antes que ela acabe conosco, nós vamos acabar com eles, com a derrota política”.
Elmano avaliou que a eleição que se avizinha será uma “segunda disputa com a direita e com a extrema direita” tanto no Brasil quanto no Ceará. “Eles não ficaram nada satisfeitos com a derrota (em 2022). Estão se preparando para causar uma derrota ao nosso projeto na eleição de 2024”, projetou o governador em discurso no encontro.
E seguiu: “Quero dizer aos companheiros do MST, aqueles com disposição para disputar uma vaga na Câmara de vereadores. O MST amadureceu para entender que é importante ocupar o espaço institucional (...) Para que a gente possa ter presença nas câmaras, ter um vereador ou vereadora companheiro sem terra. Para quando o bolsonarismo atacar o Lula, atacar o MST, ter gente nossa na Câmara para defender. Isso é importante para nós”.
Elmano também ressaltou seus laços de formação com o MST e destacou a parcela de contribuição do movimento em sua trajetória. “Sou governador do Ceará porque, entre outras coisas, eu fui formado no MST. Se tem alguém que não gosta, paciência, é a vida. Eu não vou, nunca, negar minha história, meus valores, de onde eu vim e de (onde) nunca sairei. Essa é minha casa".
O gestor defendeu ainda o diálogo com diversos atores, enquanto ocupante do cargo de governador. "Aprendendo que quem é governador tem que dialogar com todo mundo. Com o MST, com a Federação da Indústria, com a Federação do Comércio, com o comerciário, com o grande, com o médio e com o pequeno. Conversar com todo mundo, ter política para o Ceará inteiro, mas nunca esquecendo de onde a gente veio, a quem a gente serve e para onde a gente quer ir”, destacou.
Posteriormente, o governador voltou a falar em "trabalho político" nas bases e tomou como exemplo a pauta da reforma agrária, apontando que Lula é presidente, mas com maioria de deputados e senadores que não defendem essa agenda.
“Eles aprovaram uma Lei (do Marco Temporal) para dizer que a terra indígena só pode ser demarcada na área em que índios moravam em 1988 (...) O Lula vetou, mas deputados e senadores derrubaram o veto. Esse é o Congresso que infelizmente temos. Aprova certas coisas, mas não aprova outras. O tema da reforma agrária, temos, enquanto sem-terra, três ou quatro deputados federais. A bancada ruralista tem (cerca de) 200. Como que quatro deputados vencem 200? Como aprovar uma lei a favor da reforma, se eles têm 200 votos e nós quatro?. Então, nós temos muito trabalho político a fazer”.