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Ida de Cid e seu grupo para o PSB pode comprometer federação com PDT, diz André
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Ida de Cid e seu grupo para o PSB pode comprometer federação com PDT, diz André

Na mira do PDT, está Fortaleza que aposta na reeleção de José Sarto
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DEPUTADO André Figueiredo compareceu a todas as sessões  (Foto: Marina Ramos / Câmara dos Deputados)
Foto: Marina Ramos / Câmara dos Deputados DEPUTADO André Figueiredo compareceu a todas as sessões

O presidente nacional do PDT, o deputado federal André Figueiredo, avaliou nesta sexta-feira, 29, que a chegada ao PSB do senador Cid Gomes e de seu grupo político, de saída justamente do PDT,  pode comprometer a federação entre as siglas. A possível aliança teria como foco a reeleição de João Campos (PSB) em Recife, tida como prioridade para os socialistas. A vice na capital pernambucana é a pedetista Isabella de Roldão.

Fortaleza está na mira do PDT, que aposta na reeleição de José Sarto. Em contexto estadual e municipal, o pedetista já não tem sido apoiado pelo PSB, uma vez que o partido integra o arco de aliança petista liderado por Elmano de Freitas e Camilo Santana e desejar apoiar uma outra candidatura com todas as movimentações apontando para ser encabeçada pelo PT.

O PT era justamente a sigla com a qual Cid tentava uma reaproximação enquanto presidente interino do PDT no Ceará. Após meses de ruídos, decisões judiciais e falas atravessadas, Cid e seu grupo resolveram deixar o PDT e estão de malas prontas para desembarcar no PSB. Presidente estadual da sigla socialista, Eudoro Santana, dá a chegada como certa

Figueiredo apontou que esteve reunido com Carlos Siqueira, presidente nacional o PSB. No encontro, conforme o deputado, teria sido "deixado claro" que a federação "não poderia ser comprometida por conta dessa divergência no Estado do Ceará". 

"Se efetivamente concretizar a ida do senador Cid e seu grupo para o PSB é um direito deles, mas é um direito do PDT também dizer que não quer mais essa federação. Se não temos condições de convivência dentro do PDT com o grupo do senador Cid, eles estão saindo para outro partido, não teremos condições de conviver numa mesma federação. A federação PDT-PSB estará definitivamente comprometida caso isso se concretize", afirmou Figueiredo em entrevista à Rádio O POVO CBN.

Antes, quando comentava sobre a saída de Cid e de seus aliados, o pedetista já tinha reforçado a intenção do PDT de focar no processo de reeleição de Sarto, com Fortaleza sendo a maior cidade e Capital sob o guarda-chuva da sigla.

"Temos que pensar no PDT que tem o prefeito Sarto como principal prefeito do Brasil que o PDT administra. Nós vamos fazer de tudo para reeleger o Sarto e eleger um bom número de prefeitos e vereadores no Ceará", ressaltou. 

Figueiredo disse ainda ter ficado "um pouco triste" com a saída do grupo de Cid. Ele apontou o empenho da sigla em receber "de braços abertos" a ala no passado, mas ressaltou que a situação agora é "página virada".

No caso específico do presidente da Assembleia Legislativa, Evandro Leitão (PT), a situação é diferente. Figueiredo avaliou que agora cabe ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) avaliar se ele pode sair sem perder o mandato. Instância estadual decidiu favoravelmente a Evandro, que se filiou ao PT em dezembro deste ano.

"Quanto ao restante do grupo do senador Cid", continuou, "evidentemente a gente não pode deixar de ficar um pouco triste porque nós os recebemos em 2015 com as portas abertas, demos toda a infraestrutura nos municípios a cada um dos deputados estaduais e federais votados", afirmou.

O pedetista chamou ainda de "mentiras absurdas" as informações que constam na ação protocolada por 14 deputados estaduais pedindo desfiliação do PDT por justa causa. Os autores da ação afirmam que os parlamentares enfrentam no PDT uma situação de verdadeira "guerra política dentro do próprio partido".

André Figueiredo
André Figueiredo

Presidente do PDT diz que Ministério da Previdência é "capenga" e cobra melhor tratamento do PT

O presidente nacional interino do PDT, o deputado federal André Figueiredo, avaliou, em entrevista nesta sexta-feira, 29, à Rádio OPOVO CBN, que sua sigla não recebe o mesmo tratamento do PT que ex-adversários dos petistas, em menção a apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) que hoje ocupam espaço na Esplanada dos Ministérios. 

O PDT declarou apoio, logo após ao primeiro turno, à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Com a vitória do petista, passou a ocupar a cadeira do Ministério da Previdência, com Carlos Lupi, licenciado da presidência nacional da sigla. Figueiredo considerou a pasta como "capenga" e destacou o pequeno orçamento destinado ao ministério. 

"Não recriminamos o Governo Federal ter três ministros bolsonaristas que votaram efetivamente no Bolsonaro ano passado e nós do PDT, que declaramos apoio dois dias após o primeiro turno ao presidente Lula, temos um ministério meio capenga que é a Previdência. Apesar do que o ministro Carlos Lupi tem feito um trabalho exemplar para os aposentados e pensionistas do Brasil", afirmou. 

Ele destacou ainda que a pasta é o "segundo ministério com menos orçamento escrito na Esplanada" e avaliou que ela foi "sucateada", já que, na gestão anterior, era apenas uma secretaria. "A nível de PDT, nós não temos essa obsessão por cargos ou por estruturas que possibilitem mover as prefeituras que são vinculadas a gente, nós temos missão", ressaltou. 

O deputado foi perguntado inicialmente sobre o voto de vereadores pedetistas na concessão do título de cidadão fortalezense a Bolsonaro. Figueiredo considerou a movimentação como uma posição "individual" dos parlamentares que não poderia ser "confundida" com o partido em si. O pedetista também afirmou que o PDT tem "às vezes sido maltratado" e que não recebe do PT o "mesmo tratamento" que ex-adversários.

"Eu acho que gente ter esse senso de patrulhamento por parte de quem diz 'faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço' é muito interessante. O PDT nunca foi e nunca será a favor de uma pessoa como o Bolsonaro, mesmo sendo às vezes maltratado pelo lado de quem sempre esteve ao lado na trincheira, às vezes a gente não tem pelo lado do PT o mesmo tratamento que deveríamos ter ou que pelo menos seus ex-adversários têm", apontou. 

André critica ação de desfiliação de 14 deputados

André Figueiredo chamou de "mentiras absurdas" as informações que constam na ação protocolada por 14 deputados estaduais pedindo desfiliação do PDT por justa causa. "Chega a ser brincadeira eles quererem enveredar por mentiras absurdas que a peça jurídica colocou no processo para justificar o injustificável que é a saída deles por justa causa, é vergonhoso uma argumentação daquele", disse.

Ele afastou ainda as acusações de atuar com "autoritarismo", como alegam os deputados no documento. "Quem me conhece sabe que eu nunca tive características ditatoriais, de mandar nos outros, nunca tive essa característica, diferente de outros que tem. É uma peça absurdamente fantasiosa que tenta justificar o que não tem justificativa", ressaltou.

Os autores da ação afirmam que os parlamentares enfrentam no PDT uma situação de verdadeira "guerra política dentro do próprio partido", tendo como o epicentro do embate a gestão do Diretório Nacional, o deputado federal André Figueiredo.

No processo é dito que a liderança do atual presidente do PDT Nacional resultou no fim da convivência pacífica e harmoniosa anteriormente no partido. É citado também o progressivo tensionamento entre os dois grupos políticos, de um lado o de Figueiredo e do outro o de Cid. (Júlia Duarte)

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