O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, defendeu, em seu discurso no ato "Democracia Inabalada", a regulamentação das redes sociais para evitar a manipulação política que, segundo ele, culminou nos atos ocorridos há um ano.
"Hoje também é o momento de olharmos para o futuro e reafirmarmos a urgente necessidade de neutralização de um dos grandes perigos modernos da democracia: a instrumentalização das redes sociais pelo novo populismo digital extremista", disse.
Moraes afirmou que as plataformas, em busca do lucro, nada fizeram para impedir o avanço dessa militância digital, classificada por ele como inimiga da democracia e do estado de direito. Segundo o magistrado, as redes sociais criaram mecanismos para monetizar o avanço do populismo digital extremista.
"A ausência de regulamentação e a inexistente responsabilização das plataformas, somadas à falta de transparência na utilização da inteligência artificial e dos algoritmos, tornaram os usuários suscetíveis à demagogia e à manipulação política, possibilitando o novo populismo digital extremista e seus aspirantes a ditadores", observou.
O magistrado ressaltou que a preocupação com a "captura furtiva" da vontade do eleitorado em meio ao avanço das redes sociais é um problema discutido em todas as democracias. E avaliou que não há razoabilidade em manter a internet como "terra de ninguém". "O que vale para o mundo real deve valer para o mundo virtual."