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Como morreu o presidente do Ceará Republicano
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Como morreu o presidente do Ceará Republicano

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Entre os manuscritos históricos da Confederação do Equador, há diversos relatos de como o presidente do Ceará durante o movimento acabou sendo derrotado. Um dos relatos, feito pelo tenente-coronel Thomaz Lourenço da Silva Castro, descreve os últimos momentos do revolucionário.

Tristão Gonçalves tinha deixado Fortaleza em direção a Aracati para combater as forças imperiais. Ele se deslocou até chegar à região de Santa Rosa, onde posteriormente foi fundado o município de Jaguaribara, área atualmente coberta pelas águas do açude Castanhão. No local, os números de soldados imperiais eram muito superiores aos dos rebeldes.

“Na ocasião da luta foi abandonado pelos seus, e ficou só em campo. Assim abandonado, monta-se a cavalo, precipita-se sobre um despenhadeiro, e consegue alcançar a margem do rio (Jaguaribe), onde encontra a morte, dada por dois que o seguiram”, diz o militar em carta.

Contra Tristão foram efetuados diversos disparos. Já morto, o corpo foi alvo de mutilações. Teve mão e orelha decepados por soldados. Em uma das passagens, o tenente-coronel demonstra espanto pela atitude de um deles que chegou a pegar o membro e debochar: “V. Exc. com esta mão fui que assinou a sentença para ser eu fuzilado?” Passaram-se horas até que fosse dada sepultura ao cadáver.

“Quem escreve estas tristes linhas vio o seu cadaver em pé, recostado sobre uma jurema. Secco e esmirrado estava elle. o peito varado por uma bala, que se via de um a outro lado como por um oculo. os braços abertos, à mão direita golpeada ficando suspença e cahido por terra e com outro golpe sobre à nuca”, diz o militar no documento, conforme a grafia da época.

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