O ex-senador Flávio Torres comentou, em entrevista à Rádio O POVO CBN nessa quarta-feira, 10, a respeito da comissão provisória do PDT, na qual ele ficará com a presidência. Segundo ele, a expectativa é ter “adrenalina zero” durante os meses que ficará à frente do Diretório Estadual, tanto que atenderá até as ligações dos políticos que optaram por deixar o partido.
“Pretendo passar esses meses no PDT com adrenalina zero, não quero ter raiva de ninguém. Atendo o telefone de qualquer pessoa, até deles (políticos que deixaram a legenda). As pessoas têm que ter o direito de procurar os seus partidos. Como diz o Ciro (Gomes), até o partido PPA, o Partido do Palácio da Abolição”, comentou em tom de brincadeira.
Torres reiterou que ainda é cedo para definir com quais legendas o PDT firmará alianças, tendo em vista que o momento presente serve para reorganizar a sigla. “A gente pretende virar essa página, o PDT passou por um momento difícil, algumas pessoas queriam sair, vão sair. A gente já está vendo esse povo de costas. Então, vamos fazer viver outro momento, a gente vai ter que reorganizar o partido. A nossa missão é organizar uma convenção para eleger o diretório”, seguiu.
“O partido está reorganizando essa política de aliança. Tem alguns partidos que já estão conosco, o PSDB está conosco e a gente está nessa luta, têm alguns vereadores que vão vir agora. O processo de eleição para prefeito está em construção”.
Nessa quarta-feira, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmou a inscrição de uma comissão provisória enviada pelo PDT na semana passada e oficializou o novo grupo que ficará à frente da legenda pelos próximos seis meses.
Foram definidos 12 nomes para integrar a nova comissão. Flávio Torres presidirá a equipe, enquanto Cristhina Brasil ocupará a vice-presidência. Francisco das Chagas Soares será o secretário do partido e o vereador Iraguassu Filho será o tesoureiro.
O ex-senador comentou que a comissão visa eleger um novo líder para o diretório estadual até março, já de olho no cenário das eleições municipais de 2024.
“O PDT do Ceará tem uma tradição de nunca vê-lo com comissão provisória. Comissão provisória é uma coisa tênue, nossa missão, nossa tarefa, é que, em março, a gente possa fazer uma convenção para eleger um diretório definitivo para gerir o PDT na próxima eleição de 2024 e 2026”, disse.
Ainda sobre a comissão, ele explicou que a quantidade de integrantes faz referência ao número do partido: 12. O ex-senador elencou que "as pessoas que saíram, os prefeitos, vereadores, possivelmente vão sair também", e, por isso, o objetivo da comissão converge na busca de "pessoas que são do PDT, que votem no PDT, que sejam fiéis ao PDT”.
No que tange à disputa do atual prefeito José Sarto (PDT) ao Paço Municipal, Flávio garantiu que a candidatura do correligionário é certa, uma vez que ele “está fazendo uma bela administração”. Por este motivo, ele afirmou que os membros do partido estão “trabalhando pela sua reeleição”.
Quando questionado sobre a quantidade de pessoas dentro do PDT, Torres afirmou, em tom de brincadeira: “É melhor o PDT num fusca do que o PDT num caminhão lutando boxe”.
“A gente vai estar com um partido unido, com as pessoas fiéis, com um outro ânimo para fazer política. Política não se faz brigando, todo mundo tem o direito de escolher outro caminho, vá por onde quiser, e assim vamos virar essa página. O PDT já foi muito menor”, elencou.
Os 12 nomes escolhidos para integrar a comissão provisória do PDT são:
O mandato do antigo diretório estadual pedetista no Ceará, comandado por Cid, teve a vigência encerrada em 31 de dezembro do ano passado. Desde então, o partido aguardava o sinal verde da Justiça Eleitoral para oficializar a nova composição.
A crise interna no PDT cearense fez com que o partido - primeiro em prefeituras nas eleições de 2020 - sofresse baixas, com prefeitos e parlamentares anunciando saídas ou tentando, judicialmente, deixar o partido sem perder mandato.
Além de Cid Gomes, que deve ir para o PSB, mais de 40 prefeitos devem sair do partido para disputar as eleições deste ano. Com isso, a nova comissão provisória terá que trabalhar para reestruturar a legenda no Interior e se preparar para a eleição de 2024.
Neste cenário, a Capital, gerida por José Sarto, passa a ser uma prioridade do grupo político pedetista. Sarto tentará a reeleição num cenário em que o grupo estadual comandado pelo PT deve lançar nome próprio. Além disso, partidos da oposição mais à direita, como União Brasil e PL, projetam candidaturas competitivas para o ciclo atual.
Colaborou o repórter Vítor Magalhães
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