O novo procurador-geral da Justiça, Haley Carvalho, afirmou que o Ministério Público do Ceará (MPCE) "tem de trabalhar unido" ao ser questionado sobre o clima dentro do órgão com a indicação dele pelo governador Elmano de Freitas (PT), após ter sido o segundo da lista tríplice. A declaração foi feita em entrevista ao O POVO nesta quinta-feira, 11.
"A gente tem muito o que fazer pela população cearense. A gente tem de trabalhar unido em nome do interesse da população cearense e a gente vai fazer isso de uma forma muito satisfatória para a sociedade", completou. Ele participou da entrega da nova sede da Coordenadoria de Identificação Humana da Perícia Forense (Pefoce) e do lançamento da Carteira de Identidade Nacional (CNI).
O novo procurador-geral apontou, ainda, que uma das prioridades da gestão "é propiciar melhores condições de trabalho para os membros e servidores" a fim de "atender melhor a população cearense". "Aproximar mais da população, ouvir os seus anseios e aí poder atender as demandas com mais efetividade, com mais resolutividade, num tempo mais curto", garantiu.
Carvalho foi empossado no dia 5 de janeiro e comandará o MPCE no biênio 2024-2025. A chegada à PGJ, no entanto, gerou controvérsias. Ele recebeu 219 votos, sendo o segundo mais votado entre membros do MPCE, em dezembro de 2023. O primeiro da lista foi Eneas Romero, com 258 votos. Mesmo assim, o promotor foi escolhido por Elmano de Freitas para ficar à frente do órgão.
Os seis candidatos à vaga haviam assinado anteriormente um documento, que sinalizava a renúncia para que apenas o mais votado fosse apreciado para Elmano indicar. A intenção era que a vontade da maioria do MPCE prevalecesse.
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O petista, porém, contestou o acordo e enviou um ofício à presidência da comissão eleitoral de formação da lista do MPCE, instando individualmente os três integrantes da lista tríplice — completada pelo o procurador Lucídio Queiroz — a "dizer se aceitariam a designação para ocupar o cargo de procurador-geral de Justiça, caso assim por ventura sejam escolhidos".
A justificativa era de que, como alega a Constituição, é prerrogativa do governador fazer a escolha dentre a lista tríplice. A decisão incomodou setores do órgão.