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Com VGV de R$ 4,7 bi em 2023, Sinduscon projeta alta de 10% no setor para 2024
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Com VGV de R$ 4,7 bi em 2023, Sinduscon projeta alta de 10% no setor para 2024

| Balanço e projeção | Construtoras tiveram os números de 2023 apresentados ontem e observaram a mudança na trajetória do setor com a volta do Minha Casa, Minha Vida
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Em 2023, Fortaleza e Região Metropolitana tiveram 313 empreendimentos (Foto: FCO FONTENELE)
Foto: FCO FONTENELE Em 2023, Fortaleza e Região Metropolitana tiveram 313 empreendimentos

Os R$ 4,7 bilhões em valor geral de vendas (VGV) atingidos pelas construtoras de atuação no Ceará no último ano deixaram o setor confiante e disposto a repetir o crescimento em 2024. A projeção, diz Patriolino Dias, presidente do Sindicato da Construção no Ceará (Sinduscon-CE), é de 10%.

"Temos a esperança de que a taxa básica de juros vai reduzir e o cenário macroeconômico vai estar bem. Aliado a isso, a gente vê que existem grandes movimentos econômicos no Estado do Ceará. Por exemplo, o hidrogênio verde, que trará um investimento de bilhões de dólares para cá em várias regiões do Estado", destacou.

A fala dele encontra apoio na fala de Fábio Araujo, CEO da Brain Inteligência Estratégica. O executivo apresentou os números compilados do último ano e destacou o cenário nacional como promissor ao citar o comportamento dos juros, da bolsa e do dólar, além do aumento das compras de imóveis fora da influência da poupança.

"Isso mostra que o mercado financeiro atrelado ao mercado imobiliário está muito confiante. E com taxa de juros elevadas, que tende a ser mais difícil de fechar operações fora do sistema bancário. Portanto, não tem porquê o mercado não ser melhor esse ano do que foi ano passado", afirmou aos construtores na sede do Sinduscon-CE.

Lançamentos e velocidade de vendas

 No total, em 2023, Fortaleza e Região Metropolitana tiveram 313 empreendimentos de 132 empresas. A maioria (127) foi localizada nas cidades de Aquiraz, Caucaia, Eusébio, Itaitinga e Maracanaú. O maior VGV, no entanto, está localizado na Capital, de R$ 2,896 bilhões.

Mais do que lançar empreendimentos com valor relevante, as construtoras conseguiram executar as vendas a contento. A média do Índice de Velocidade de Vendas (IVV) encerrou o ano a 8,1 pontos - considerado excelente pelos empresários e o consultor.

Ao término do ano, apenas 22% das unidades lançadas não foram vendidas. O mix ainda se projeta como diversificado para 2024, permitindo crescimento em todos os modelos, segundo o presidente do Sinduscon.

"Os empreendimentos de altíssimo padrão irão existir, mas não na velocidade que aconteceu no pós-pandemia. Quando existia uma demanda reprimida gigante. Quanto à segunda moradia, nós estamos com um estoque pequeno demais. Tiveram alguns movimentos de lançamentos, porém, as pessoas começaram a enxergar que pode usar a segunda moradia para lazer, mas como investimento também. Agora, a base da pirâmide, que é o econômico, continua com bom crescimento".

Peso da Região Metropolitana

No entanto, o crescimento das unidades ao redor de Fortaleza se mostra uma tendência em diversas frentes. Fábio Araujo, CEO da Brain Inteligência Estratégica, aponta a segunda moradia, o imóvel como investimento, a semi ou aposentadoria e a expansão dos imóveis populares puxados pelo Minha Casa, Minha Vida.

"Se formos colocar em quantidade, dentro de Fortaleza, a despeito do crescimento do Minha Casa, Minha Vida, 2/3 ainda são acima de R$ 350 mil e cerca de 1/3 é produto econômico. Na região metropolitana, isso se inverte. Menos de 1/3 é para classe média e alta", aponta.

Dentro da segunda moradia e do investimento, ressalta, destacam-se historicamente Porto das Dunas, em Aquiraz, e mais recentemente Cumbuco, em Caucaia. Mas o consultor afirma que o diferencial da capital cearense é ter espaço para lançamentos da chamada "base da pirâmide", que compreende o Minha Casa.

"A lição para as construtoras é das oportunidades que existem nessas cidades. Elas precisam analisar. Se querem atuar na cidade de Fortaleza, ou vão ter que olhar o mercado de classe média alta porque ficará cada vez mais difícil fechar a conta para atuar na classe média baixa. Ou desenvolver tecnologia construtiva que a permita ser competitiva para continuar dentro da cidade de Fortaleza atuando no mercado de classe média baixa", arrematou.

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