O que será prioridade na Assembleia Legislativa ainda deve ser definido em reuniões que serão realizadas no próximo dias. Líder do governo Elmano de Freitas (PT), o deputado Romeu Aldigueri (PDT) ainda sentará com integrantes da Casa Civil para fazer o alinhamento.
Em 2023, primeiro ano da gestão do governador, a Casa iniciou o ano com matérias indigestas que aumentaram a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), de 18% para 20%, e ampliou o número de secretários no primeiro escalão do governo. Ao longo do ano, o governador também imprimiu no parlamento solicitações para realizar seus projetos de campanha: o mutirão de cirurgias, o passe livre intermunicipal e um projeto para combater a fome no Estado, o Ceará Sem Fome. Todas foram aprovadas e estão em vigência. O passe livre ainda em fase inicial, com mais duas fases para ser executado em sua completude.
Ainda deve sem data até a publicação desta reportagem, deputados da oposição também irão se reunir para definir qual devem ser as pautas do grupo. A ala é minoria no espaço legislativo, composto por siglas como PL e União Brasil. A previsão do deputado Sargento Reginauro (União Brasil), líder da bancada do partido na Casa, é de que o encontro ocorra no início das atividades legislativas.
Em sua visão, a prioridade deve ser a cobrança de estratégias para a segurança, considerada um calo da gestão do petista. "Indiscutivelmente, a pauta prioritária com os inícios das atividades é uma cobrança para o Governo do Estado de um plano concreto para o problema da segurança pública. O Governo precisa urgentemente convocar uma força-tarefa e instalar um gabinete permanente de situação de crise para que a população possa sentir que o Governo está fazendo algo novo para resolver um problema que só cresce", disse.
Ele ressalta ainda que vai insistir no projeto de emendas impositivas, ainda não apreciado pelo plenário da Assembleia. Ele e Felipe Mota (União) protocolaram, com o apoio inicial de 16 parlamentares, um projeto que visa obrigar o Governo a destinar recursos mediante orientações dos deputados. "Ele vai facilitar que o interior do Estado seja beneficiado de forma direta no orçamento público através dos representantes legais dos municípios", defendeu, ressaltando que a medida tornaria mais "democrático e representativo" o orçamento do Ceará.
Sendo ano eleitoral, ele destaca que a dinâmica e rotina na Assembleia vai mudar justamente por os grupos políticos e partidários já terem pré-candidaturas. São pelo menos onze deputados, entre suplentes e titulares, que ou se anunciaram como pré-candidatos ou são as apostas de seus partidos para concorrer nos municípios. Em 2020, José Sarto (PDT), Bruno Gonçalves (PL), Patrícia Aguiar (PSD), Nezinho Farias (PSB) e Vitor Valim (PSB) deixaram o cargo de deputado e foram eleitos prefeitos. (Colaborou Thays Maria Salles)