O Brasil caiu 10 posições no Índice de Percepção da Corrupção (IPC) de 2023 e ficou na 104ª colocação entre 180 países. Realizado pela Transparência Internacional, o ranking divulgado nesta terça-feira, 30, mostra que o país obteve 36 pontos de 100 possíveis. O valor é dois pontos a menos que o registrado em 2022.
O Brasil ficou abaixo das médias global e regional das Américas.
Os 36 pontos brasileiros em 2023 são a segunda pior pontuação do país desde que o índice é calculado. Os piores resultados foram em 2018 e 2019, último ano de governo Michel Temer (MDB) e prieiro de Jair Bolsonaro (PL). Nas duas ocsiões, o País recebeu 35 pontos. O IPC é considerado o principal indicador de corrupção do mundo.
Na análise do Transparência Internacional, o "país falha em recuperar pilares essencias para o enfretamento da corrupção". Um dos motivos apontados pela pesquisa é a atuação do governo de Jair Bolsonaro (PL) e o rescaldo que ficou para a atual gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
"Os anos de Jair Bolsonaro na Presidência da República deixaram a lição de como, em poucos anos, podem ser destruídos os marcos legais e institucionais anticorrupção que o país levou décadas para construir, e o primeiro ano de Luiz Inácio Lula da Silva na Presidência deixa a lição de como é (e ainda será) desafiadora a reconstrução", consta no relatório.
Além disso, o texto afirma que o novo governo "vem falhando na reconstrução dos mecanismos de controle da corrupção e, junto deles, do sistema de freios e contrapesos democráticos".
E segue: "Já há sinais de piora nos termos atuais de barganha entre governo federal e Congresso, com a reintrodução de outra grande moeda de troca política: o loteamento das estatais".
Como pontos positivos citados pelo organismo internacional, está a operação da Polícia Federal que investiga suposta espionagem ilegal da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que tem como alvo o filho do ex-presidente, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos).