No próximo dia 3 de março, completa-se um ano da confirmação da morte da ex-vereadora de Juazeiro do Norte, na região do Cariri, Yanny Brena Alencar. Ela tinha 26 anos, foi a primeira mulher a presidir o Legislativo do município e era irmã do deputado federal Yury do Paredão (MDB). Ela e o então ex-namorado Rickson Pinto foram encontrados mortos no dia 3 de março de 2023.
A empregada doméstica que trabalhava para o casal foi a primeira pessoa a encontrar os corpos. Vinte dias depois do ocorrido, a Polícia Civil (PC-CE) divulgou a conclusão das investigações, apontando que Yanny foi morta por Rickson, que depois cometeu suicídio.
A motivação teria sido o fato de que o homem não aceitava o fim da relação. “A investigação apurou que a jovem foi morta por Rickson Pinto. Então, na verdade, estávamos diante de um homicídio (femínicídio) seguido de um suicídio”, disse o delegado Márcio Gutiárrez, à época.
Segundo as investigações, houve ainda a tentativa de simular que a vereadora também teria cometido suicídio. Rickson matou Yanny com um golpe conhecido como "mata-leão", segundo o laudo da Polícia Civil. O golpe ocorre quando uma pessoa se posiciona na região das costas da vítima para sufocá-la, posicionando os braços em volta do pescoço e provocando asfixia.
O relatório da PC apontou ainda que o corpo de Yanny teria sido colocado em "suspensão incompleta", pendurada em um objeto com o intuito de simular um suicídio. Na época, a Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) descartou a hipótese de duplo-homicídio após não ser constatada a presença de DNA de terceiros na cena do crime. Também não havia sinais de invasão na casa em que os corpos foram achados.
Sobre o relacionamento entre Yanny e Rickson, autoridades informaram que o homem chegava a afirmar que eles “não tinham terminado” e estavam apenas “brigados”, mais uma sinalização de que Rickson não aceitava o término. Em depoimento à polícia, uma das amigas de Yanny afirmou que a vereadora já tinha expressado insatisfação com a relação e que não queria continuar pagando as despesas do então namorado.
“Esta autoridade policial está convicta que a vítima Yanny Brena não teve chance de defesa frente ao seu assassino, que praticou algumas lesões a sua pessoa antes de imobilizá-la com um mata-leão e, depois, pendurá-la no suporte da televisão”, disse a então titular da Delegacia de Defesa da Mulher de Juazeiro do Norte, delegada Suerda Bezerra, acrescentando que a causa da morte de Yanny foi asfixia mecânica.