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Bismarck diz que cidistas ficarão no PDT com "prazo de validade" e vê PSB como principal destino
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Bismarck diz que cidistas ficarão no PDT com "prazo de validade" e vê PSB como principal destino

O grupo vai esperar a janela partidária para deixar a sigla com o rumo sendo, possivelmente, o PSB
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EDUARDO BISMARCK no Jogo Político (Foto: FERNANDA BARROS)
Foto: FERNANDA BARROS EDUARDO BISMARCK no Jogo Político

O deputado federal Eduardo Bismarck (PDT) afirmou que ele e os demais cearenses que fazem parte da bancada do PDT na Câmara dos Deputados vão seguir na sigla, mas com "prazo de validade". A decisão é diferente do que tomou o grupo de pedetistas, ligados ao senador Cid Gomes (PSB), que ingressaram na Justiça pedindo desfiliação por justa causa, na intenção de conseguirem deixa a sigla sem perder o mandato. 

"A gente vai esperar para observar como o partido vai nos tratar. Isso é importante saber como vai ser o tratamento dos deputados federais dentro do partido e a banda federal acordou de, não havendo nenhum sobressalto, deixar para sair na janela", disse nesta segunda-feira, 11, em entrevista ao Jogo Político. 

O deputado federal André Figueiredo, presidente nacional interino do PDT, reiterou que as cartas de anuência concedidas a filiados pelo diretório cearense do partido, na época comandado pelo senador Cid Gomes, são “nulas”, e informou que a sigla não apenas irá contestar judicialmente eventuais pedidos de desfiliação, mas que vai requerer os mandatos de parlamentares por infidelidade partidária. Deputados federais e estaduais receberam as cartas.

Bismarck comentou sobre as indicações para as comissões que aconteceram na semana passada, e ressaltou que o saldo foi positivo, com os deputados em colegiados que gostariam. "Seria um grande tiro no pé se não fizessem isso, porque isso anteciparia a saída dos deputados, limar os deputados de posições de destaque que o PDT tenha dentro da Câmara dos Deputados, ajudaria a comprovar a perseguição", afirmou.

Mesmo assim, uma saída em massa do partido é esperada, sendo o horizonte, especialmente, o PSB. "Da minha parte e o que eu vejo dos deputados, todos, enquanto estiverem dentro da bancada do PDT na Câmara Federal, vão honrar seus mandatos e se confortarem como deputados do PDT, mas é sabido que isso tem data de validade", apontou.

No sábado, 9, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, esteve em Fortaleza para acompanhar evento do PSB. No palco enquanto discursava, ele fez brincadeiras com o Eduardo Bismarck e mostrou o desejo de receber ele e os demais pedetistas.

Agora com a entrada de Cid e a presidência do partido com Eudoro Santana, o ambiente do partido seria atrativo para os pedetistas próximos de Cid ou que gostariam de apoiar o governo de Elmano de Freitas (PT) no Ceará.

"O PSB, se tudo correr bem, tem dois anos e tanto, e a gente brinca que 'morre o boi e quem o tange', mas tudo correndo bem com o PSB, o maior volume de desembarque dos deputados do PDT será lá", complementou. 

Ele, no entanto, ainda avalia uma possível ida para o Podemos, que tem no comando seu pai, o prefeito de Aracati, Bismarck Maia. "Eu tenho um compromisso com o Podemos, que é o partido onde meu pai é presidente, a nossa intenção era desenvolver o partido aqui e enxergar a viabilidade de uma candidatura de federal lá na frente. Conseguindo isso, a tendência que a gente tenha um federal que pode ser eu ou outra pessoa", disse.

Futuro do PDT

Eduardo demonstrou preocupação com o futuro do PDT. Além da esperada saída de parlamentares também não consolidou a federação com PSB. Segundo ele, os deputados do PDT, do Ceará e outros estados, confirmaram o interesse com, mas o ministro Carlos Lupi, presidente nacional licenciado, teria sido contra a decisão. 

"O PDT, por ter mais deputados e por ter tido mais votos na eleição do ano anterior, seria o partido que comandaria a federação. O Lupi não quis e disse: 'vamos deixar para depois das eleições municipais'. E a gente: 'Lupi, isso vai dar ruim. O PT não vai deixar o PSB se federar com a gente'. E o Lupi insistindo nessa tese. O Ceará implode. A gente (grupo do Cid) se une com o PSB e o PSB vira as costas para o PDT", relatou. 

Na visão de Bismarck, por questão de sobrevivência e expressão partidária, o PDT vai precisar se federar. "Essa cláusula de barreira de 2026, ela é decisiva, porque os partidos que não conseguirem cumprir a cláusula de barreira, e ela é muito difícil, e com todo respeito, eu acho que o PDT não cumpre pelo cenário que vejo nacionalmente. A tendência é que o partido diminua. E se isso acontece e o partido não se federar, se não cumprir a cláusula de barreira, vai ter que se federar, se fundir ou ser incorporado por alguém. A estratégia não tem sido de crescimento, está sendo de desmantelo e isso nos entristece", apontou. 

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