Empossado presidente do TRE-PR no início de março, o desembargador Sigurd Roberto Bengtsson disse à agencia Estado que os votos do Tribunal serão transparentes e "não há qualquer possibilidade de receio da sociedade" sobre suposta politização do processo.
Ele também explicou que o julgamento não terá a Operação Lava Jato como plano
de fundo.
"Está tendo muita... não sei se é má-fé ou desconhecimento, de abordagem da questão. O que quero deixar bem claro é que a sociedade pode esperar transparência. Vai ser um processo transparente e feito como exige a Constituição Federal. Não há qualquer possibilidade de receio da sociedade, vai ser feito um julgamento conforme a tradição aqui do TRE", afirmou o presidente da Corte.
De acordo com o regimento interno do TRE-PR, caso um magistrado peça a revisão dos autos, a apreciação será suspensa por dez dias, com a pauta sendo colocada na sessão seguinte ao término do prazo. Além disso, o pedido pode ser prorrogado por igual período.
Um dos adiamentos do julgamento foi motivado pela aposentadoria do juiz Thiago Paiva dos Santos, no final do ano passado. Conforme determina a legislação eleitoral, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) indicou para compor o Tribunal o juiz José Rodrigo Sade, nas vésperas da apreciação do caso do senador, a partir de uma lista tríplice.
Quando era juiz da 13ª Vara de Curitiba, Moro condenou, em 2017, Lula a nove anos e seis meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, sentenças anuladas em 2021. De volta ao comando do Palácio do Planalto, o presidente externou em vários momentos que ainda possuía rusgas com seu ex-algoz.