Pré-candidato a prefeito de Juazeiro do Norte, o deputado estadual Fernando Santana (PT), afirmou ao O POVO que o atual gestor do município, Glêdson Bezerra (Podemos), tenta criar aquilo que seria tão somente uma "narrativa" segundo a qual ele, Fernando, seria um traidor que o apunhalou pelas costas. Em entrevista à rádio O POVO CBN Cariri, na semana passada, dia 26, o prefeito do maior município do Interior disse que recebeu uma "facada nas costas" ao se referir a Camilo e Fernando Santana, dos quais se aproximou durante a gestão. Ele apoiou Camilo para o Senado Federal e Fernando para a Assembleia Legislativa do Ceará em 2022. A recíproca não ocorrerá em 2024.
"Facada ele deu foi na população. Nas irmãs e irmãos de Juazeiro do Norte que há quase quatro anos esperam as promessas do atual prefeito que foram prometidas durante a sua campanha eleitoral e nada ele fez ao povo de Juazeiro. Isso que é uma facada muito grande nas costas da população de Juazeiro", reagiu Fernando Santana.
"Outra narrativa é a narrativa do perseguido", prossegue Fernando sobre o adversário local. "E ele não tem nada de perseguido. A cidade vive triste. Lixo nas ruas, uma saúde que amarga um dos piores do índices do Ceará, uma educação que amarga um dos piores índices do Ceará, uma infraestrutura defasada, a cidade não tem ritmo, a cidade não tem ação, a cidade não melhora a qualidade de vida das pessoas nesta gestão do atual prefeito. Isso é que é facada nas costas. Outra narrativa que ele tentou criar durante quase quatro anos era a narrativa do honesto".
Conforme Fernando Santana, a operação da Procuradoria dos Crimes contra a Administração Pública (Procap), braço do Ministério Público do Ceará (MPCE), com apoio da Polícia Civil, na residência do gestor fez com que "caísse por terra" a ideia de honestidade. "E eu peço a Deus que ele consiga provar a sua inocência e a sua honestidade depois dessa operação. Agora ele tenta criar narrativas como essa da facada nas costas e como essa do perseguido", disse o pré-candidato do PT.
A residência de Glêdson foi local de mandados de busca e apreensão no último dia 13 de março. Também foram alvos a residência dasecretáriade Meio Ambiente e Serviços Públicos do Município, Genilda Ribeiro, e a casa de um ex-secretário da pasta, além de três empresários. Também foram cumpridos mandados nas sedes das empresas dos investigados.
Glêdson disse que a operação foi "politicagem" com objetivo de desgastá-lo na iminência do calendário eleitoral.