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Camilo sobre Izolda ser candidata em Sobral: "Se depender de mim, ela fica no Ministério"
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Camilo sobre Izolda ser candidata em Sobral: "Se depender de mim, ela fica no Ministério"

Ministro diverge dos irmãos Ivo e Cid sobre ex-governadora deixar cargo de número 2 do MEC para ser candidata em Sobral
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IZOLDA ocupa posto de número 2 do MEC comandado por Camilo (Foto: Bruno Spada / Câmara dos Deputadas)
Foto: Bruno Spada / Câmara dos Deputadas IZOLDA ocupa posto de número 2 do MEC comandado por Camilo

Izolda Cela (PSB) comentou, ao ver o jornalista João Paulo Biage, correspondente do O POVO em Brasília: "Manchete dele que me deu trabalho, olha", afirmou no evento "Juros por Educação", parceria entre Itaú, Valor Econômico e Todos Pela Educação, na manhã dessa terça-feira, 7.

A ex-governadora se referia à informação em primeira mão, em 16 de abril, de que ela pretende se desincompatibilizar da secretária-executiva do Ministério da Educação para ficar disponível para ser candidata a prefeita de Sobral.

"Por que deu trabalho, secretária?", indagou o repórter, surpreso. "Ora por quê", disse Izolda, relatando o burburinho sobre ela sair ou não do segundo cargo mais importante do Ministério da Educação. Foi então que atalhou a conversa o ministro Camilo Santana (PT): "Já vou dar um furo para você".

"Eu defendo que a Izolda não saia do ministério"

Camilo Santana, ministro da Educação

Camilo, então, manifestou-se pela primeira vez sobre o assunto: "Se depender de mim, ela fica no ministério", afirmou sobre a perspectiva de perder para a campanha o seu braço direito no MEC.

Sucessão em Sobral

A posição diverge do que disse na semana passada o prefeito de Sobral, Ivo Gomes (PSB). Falando por ele e pelo irmão, o senador Cid Gomes (PSB), ele defendeu Izolda como candidata a sucedê-lo.

"Temos uma candidata natural à sucessão em Sobral, a ex-governadora e atual secretária-executiva do Ministério da Educação, Izolda Cela. (Ela ainda) não se apresentou como pré-candidata, (mas) eu entendo, o Cid entende e outras pessoas do nosso grupo entendem que ela é a candidata natural", afirmou em entrevista ao Programa Izaías Nicolau.

Questionada se a desintompatibilização do MEC está decidida, Izolda respondeu: "Na verdade, ainda nã... Bom, eu recebo, ouço aquelas palavras do Ivo, para mim é uma honra, claro. Ter uma indicação assim, uma possibilidade".

Porém, ela completou que segue com atenção voltada ao ministério. "Até hoje, é o trabalho mesmo, estou realmente vinculada aqui ao serviço". Sobre ser candidata em Sobral, ela pontuou: "A gente ainda não tem plano não".

O prazo para desincompatibilização para ser candidata a prefeita é 6 de junho.

Como fica o MEC

Indagado sobre quem iria para o lugar de Izolda na secretaria executiva caso ela de fato se desincompatibilize — se uma hipótese seria o remanejamento de Fernanda Pacobahyba, presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) — Camilo prefere aguardar.

"Tem que primeiro acontecer, primeiro. Não vamos antecipar as coisas", ponderou, reforçando ao repórter. "Estou lhe dando um furo jornalístico".

O ministro ainda reforçou: "Eu defendo que a Izolda não saia do ministério".

Com informações de João Paulo Biage, correspondente O POVO em Brasília

Ministro Camilo Santana (PT) e deputada federal Luizianne Lins (PT)
Ministro Camilo Santana (PT) e deputada federal Luizianne Lins (PT)

Camilo diz que Luizianne será "fundamental" na disputa em Fortaleza

O ministro da Educação Camilo Santana (PT) destacou a participação da deputada federal Luizianne Lins (PT-CE) como “fundamental” na campanha petista pela Prefeitura de Fortaleza nas eleições de 2024. A ex-prefeita retirou a candidatura no último momento, processo interno do PT, instantes antes da escolha do deputado estadual Evandro Leitão (PT).

"Grande parlamentar, grande liderança em Fortaleza e no Estado. [...] Será fundamental a contribuição da deputada Luizianne, como ex-prefeita, por conhecer Fortaleza bem, já foi gestora, nesse projeto. Então não é só Fortaleza, estamos discutindo projeto para vários municípios cearenses", disse Camilo, no evento "Juros por Educação", parceria entre Itaú, Valor Econômico e Todos Pela Educação, na manhã dessa terça-feira, 7.

A retirada da pré-candidatura ocorreu em função de ela ter minoria do número de delegados com direito a voto. Ainda assim, o grupo de Luizianne se absteve e não votou em Evandro. O presidente da Assembleia Legislativa foi escolhido candidato com 141 votos e houve 58 abstenções.

Luizianne não confirmou apoio a Evandro, focando na coordenação da campanha do aliado, Waldemir Catanho (PT), ao executivo de Caucaia. Sobre isso, o ministro se disse “feliz por essa declaração” de envolvimento da deputada na campanha petista no município da Região Metropolitana.

Relação “distante” entre Camilo/Evandro e Luizianne

Luizianne já fez menção sobre uma relação complicada mantida com Camilo. Em janeiro, quando ambas as pré-candidaturas — dela e de Evandro — já estavam lançadas, a deputada afirmou que o hoje titular do MEC, nunca a ajudou “em nada do ponto de vista político, assim, efetivamente."

"É uma relação a ser construída, não sei nem dizer direito, porque, na verdade, eu estou onde eu sempre estive. Se houve alguma mudança de lugar, na política, não fui eu que mudei", complementou Luizianne.

Ela ainda criticou, sem citar diretamente Evandro, certas figuras recentemente filiadas ao PT, questionando onde “essas pessoas estavam”, em momentos como a prisão do ex-presidente Lula (PT). 

Assim, a visão geral de petistas, é de que uma demonstração de apoio de Luizianne a Evandro, por exemplo, não será feita de forma automática e "tem que ser construída". Um representante, em particular, destacou ainda que há o "tempo da política".

Evandro e Luizianne ainda não se reuniram, mas ele declarou ao O POVO que irá procurá-la em um momento mais apropriado. Segundo o deputado, primeiro se deve "respeitar o tempo das pessoas" e não se pode "tratorar" ninguém.

Camilo só quer que o PT “saia unido”

Para Camilo, com a conclusão do processo interno de escolha da pré-candidatura de Evandro, o intuito agora é que o partido “siga unido.”

“O PT passou por um processo de democracia interna do partido, tivemos cinco pré-candidatos, valorosos, dentre elas a Luizianne. O processo já foi concluído, a maioria dos filiados decidiu pelo Evandro. Queremos agora que o partido saia unido”, disse.

Na última sexta-feira, 3, ele já declarara algo semelhante, frisando que o próprio encontro teria sido fundamental para essa união interna do PT.

“O PT é um dos poucos partidos que tem uma democracia interna e quem decide são os próprios filiados. Todos os cinco pré-candidatos são grandes lideranças no Estado, participaram todos do processo democrático do partido e agora o partido sai unido”, afirmou, durante a entrega da Medalha Abolição.

Segundo o ministro, agora o momento é de “construção coletiva” dos membros do PT, além das legendas aliadas. Uma composição da chapa se dará somente após esse período, que contará ainda com discussões sobre o projeto da sigla para a cidade de Fortaleza.

Com informações de João Paulo Biage, correspondente em Brasília

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