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Derrota do governo em sessão do Congresso acende alerta e contrapõe líderes
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Derrota do governo em sessão do Congresso acende alerta e contrapõe líderes

Líder na Câmara, José Guimarães, pede mudanças na Esplanada dos Ministérios, enquanto Randolfe, líder no Congresso e maior derrotado do dia, busca olhar o copo meio cheio
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GUIMARÃES defende mudanças na Esplanada dos Ministérios (Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados)
Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados GUIMARÃES defende mudanças na Esplanada dos Ministérios

Mais uma sessão conjunta do Congresso Nacional e mais uma derrota do Governo em análises de vetos presidenciais. Na última terça-feira, 28, os bolsonaristas saíram do plenário da Câmara em polvorosa. Não era para menos: conseguiram manter o veto do ex-presidente Jair Bolsonaro à criminalização de fake news durante o período eleitoral e ainda derrubaram as mudanças feitas por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Lei das Saidinhas temporárias de presos.

“É um dia importante para celebrarmos o livre arbítrio da opinião das pessoas. O governo sofreu uma derrota importante, já que trabalhou para derrubar os vetos do presidente Bolsonaro na Lei de Segurança Nacional e não conseguiu. É uma sinalização do Congresso Nacional”, avaliou o senador Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição na Casa.

Aos governistas, restou juntar os cacos. O líder do Governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), minimizou a derrota e buscou conforto no fim do benefício também para presos bolsonaristas. “Na saída temporária dos presos, tem um consolo: os presos do 8 de janeiro também não vão poder sair. Acho que aí eles vão se explicar com a base deles”.

A derrota flagrante, porém, acendeu o alerta de outro representante de Lula no Parlamento. José Guimarães (PT-CE), líder do presidente na Câmara, ventilou mudanças nos ministérios para conseguir melhores resultados nas votações e na avaliação de Lula. "Nós temos que evitar, em qualquer governo, a acomodação e a sensação de que está tudo bem. Se estivesse tudo bem, o Lula estava com seus 80% de aceitação. Não está tudo bem", disse o parlamentar.

As mudanças no ministério são discutidas desde o início deste ano. A ideia de Lula e Rui Costa, ministro da Casa Civil, é maximizar a participação de partidos da base aliada e oxigenar as pastas.

A avaliação é que o governo entrega bons resultados, mas não consegue comunicar e mostrar as benfeitorias. Então, além da ‘dança das cadeiras’, o governo quer fazer mudanças na Secretaria de Comunicação. Paulo Pimenta não faz mais parte do ministério, já que agora é o representante de Lula no Rio Grande do Sul. O substituto ainda não foi escolhido.

Fato é que o governo tem derrotas sucessivas nas sessões do Congresso Nacional. As vitórias, como na reoneração gradual, na reforma tributária e na manutenção de outros vetos - como na Lei de Diretrizes Orçamentárias - foram ofuscadas por derrotas acachapantes. 

Lira bate e assopra; Eunício mira em Guimarães

Agora mais próximo de Lula, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), evitou avaliar como derrota do governo as votações na sessão do Congresso da última terça-feira. Lira, porém, apontou a falta de articulação prévia do governo.

“Tem pautas que tem que discutir antes das votações. Depois que uma pauta alcança votações como essas que houveram, de mais de 400 votos na Câmara, 60 ou 70 no Senado, é muito difícil mudar de posição. O Governo se esforçou, conseguiu aprovar matérias específicas de relevâncias orçamentárias e tributárias, mas agora não deu. Não avalio como derrota ou vitória, pois seria uma derrota do parlamento modificar um texto tão bem votado”, afirmou um escorregadio Arthur Lira.

Eunício Oliveira (MDB-CE) apontou os canhões para Guimarães e Randolfe e fez duras críticas. “Votei contra as fake news, mas, infelizmente, a desarticulação dos líderes fez com que o governo obtivesse apenas 143 votos dos 594 do Congresso, impedindo que essa infâmia se tornasse crime de uma vez por todas. Um absurdo!”, postou o deputado.

Não é de hoje que Eunício critica Guimarães de forma contundente. Sempre que pode, o faz. Sonhando em voltar ao Senado e já de olho em 2026, Eunício tenta enfraquecer um provável adversário na corrida eleitoral. 

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