O ex-presidente Jair Bolsonaro, do Partido Liberal (PL), decidirá os nomes dos candidatos a presidente e a vice de seu partido até 2026. É o que garante Valdemar Costa Neto, presidente nacional da sigla, em inserção veiculada na TV na noite do último sábado, 15.
"Nós queremos o (Jair) Bolsonaro candidato a presidente do Brasil pelo PL. Agora, se ele não for, quem decide quem vai ser o candidato a presidente é o Bolsonaro. Quem decide quem vai ser o candidato a vice-presidente é o Bolsonaro", disse Costa Neto na propaganda.
"Devemos isso a ele, é ele quem tem os votos. Bolsonaro e o povo brasileiro fizeram o PL o maior partido do Brasil", acrescentou Costa Neto, que está pessoalmente impedido de travar qualquer contato com o ex-mandatário, condenado pela Justiça Eleitoral a oito anos de inelegibilidade.
A próxima eleição presidencial está marcada para 2026, mas a decisão do Tribunal Superior Eleitoral de que foi alvo veda candidatura de Bolsonaro até 2030.
Como opções de candidatura à direita, nomes como os dos governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, e Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás, são especulados como sucessores do espólio eleitoral do ex-presidente.
Em maio passado, uma pesquisa Genial/Quaest indicou que Tarcísio de Freitas e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) são os nomes mais bem cotados para concorrer ao comando do Executivo federal no lugar do ex-presidente.
Michelle é apontada como melhor opção por 28% dos eleitores entrevistados e o governador de São Paulo aparece com 24%. Entre os bolsonaristas, Michelle é a favorita de 41% e Tarcísio, de 33%.
Em um dos cenários simulados pelo levantamento, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceria Tarcísio de Freitas em um segundo turno por margem estreita: 46% a 40%.
Por enquanto, Bolsonaro tem evitado antecipar qualquer indicativo de preferência por um ou outro nome, embora venha fazendo gestos eloquentes de apoio a Tarcísio em São Paulo.
Ao mesmo tempo, o governador tem recebido sinalizações importantes na base do ex-presidente, ainda que o núcleo mais radicalizado do bolsonarismo aponte que o chefe do Executivo paulista não teria tanto compromisso com a agenda conservadora.
Nessa queda de braço, Michelle tem avançado terreno. Desde que passou a cotada à Presidência em 2026, a ex-primeira-dama se tornou a principal estrela do PL depois do próprio Bolsonaro.
À frente do PL Mulher, ela tem rodado o país em encontros com o eleitorado do marido, mobilizando tanto o público feminino quanto o masculino. Sondagens mostram que essa exposição contínua tem se refletido em sua popularidade crescente.