O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está em meio a um cabo de guerra em Fortaleza entre o PT, que irá lançar Evandro Leitão, e o PDT, que terá a tentativa de reeleição de José Sarto. Em nível de Congresso Nacional, o PDT integra o governo e o partido, com seus 18 deputados, faz parte da base.
À coluna Vertical do O POVO, o presidente interino da sigla brizolista, André Figueiredo, relatou a esperança que o presidente não suba no palanque de Evandro, justamente porque Sarto é candidato e o “PDT tem sido extremamente leal ao governo dentro do parlamento federal”. Sua avaliação é que “tudo tem ônus e bônus” e que “pedirmos (o PDT) essa demonstração de consideração e respeito”.
O cenário deve ficar acirrado, uma vez que petistas já contam com a presença do presidente para ajudar na campanha de Evandro. Há a expectativa no PT para a vinda já na convenção que vai lançar a candidatura, com projeção para ser apenas no início de agosto. No entanto, correligionários dão como mais acerto apenas para a campanha em si.
O coordenador-executivo do programa de governo na campanha do petista, Guilherme Sampaio (PT), projeta a vinda de Lula para o primeiro turno. “Assim que sua agenda permitir, ele virá a Fortaleza fortalecer a campanha de Evandro e dos nove partidos que apoiam sua pré-candidatura”, ressaltou ao O POVO.
A vinda do presidente, inclusive, ficou como compromisso do líder do Governo, José Guimarães (PT). Em evento ao lado da presidente nacional do partido, Gleisi Hoffmann, o deputado apontou que, ao longo da campanha, Evandro vai evoluir nas pesquisas.
"Evandro, a primeira responsabilidade nossa, eu, da Gleisi e do Camilo, é trazer o Lula para tua campanha aqui em Fortaleza. Nós vamos trabalhar isso. A segunda responsabilidade: fazer a campanha", contou o petista no ato político, ainda em julho.
Gleisi ressaltou que Fortaleza é uma prioridade nacional do PT. Segundo ela, “a direção nacional do PT vai estar junto” de Evandro, bem como a militância e o presidente Lula. “E eu vou estar aqui junto com o nobre José Guimarães para que o presidente venha para cá numa das primeiras saídas dele na campanha eleitoral. E nós vamos nos encontrar. Sabe quando de novo gente? Na posse do Evandro Leitão”, finalizou a dirigente partidária em passagem pelo Ceará.
O presidente já vem participando de negociações que levaram o PT a retirar as candidaturas no Recife e em São Paulo. No entanto, até maio, antes do afunilamento das disputas, o vice-líder do Governo, o deputado federal Mauro Filho (PDT) comentou ao O POVO que a “promessa” que o presidente deu é de que não irá se envolver em município com mais de uma candidatura da base governista.
O parlamentar afirmou que o presidente vinha fazendo recomendações aos ministros para evitarem disputas eleitorais este ano. A iniciativa seria para diminuir a “animosidade” comum em anos eleitorais, especialmente municipais, com mais de cinco mil pleitos acontecendo no país. Para o pedetista, a posição de Lula poderia fortalecer sua candidatura em 2026.